Mensagem Pastoral

Pastor da Assembléia de Deus Ministério de Madureira na cidade de Palmeira das Missões, Estado do Rio Grande do Sul, filiado na Convenção Nacional das Assembéias de Deus Ministério de Madureira no Brasil - CONAMAD - CONEMAD/RS, Pastor Presidente do Campo de Palmeira das Missões/RS, com sede na Avenida Independência, 1999, centro de Palmeira das Missões. Contatos pelos telefones (55)8414.2263, (55)9915.8554 e-mails pastorjoaoamilton@yahoo.com.br e pastorjoaoamilton@hotmail.com.
Estamos apresentamos os nossos trabalhos ministeriais e a grandeza do Reino de Deus e como servos estamos sempre dispostos a obedecer a voz do Altíssimo e a Sua maravilhosa Palavra de Vida e de Paz - BEM VINDOS!

BEM VINDO - WELCOME - BIENVENIDOS - BENVENUTO!

Amados e queridos leitores, este blogger foi criado para um fim expecífico: Evangelização. Evangelizar significa divulgar a Obra de Deus, como esta escrito: "primeiro em Jerusalém, ... até os confins da terra" (At 1:8). Aqui procuramos realizar um trabalho de evangelismo através da internet para que mais pessoas venham a aprender, aprimorar e aceitar a Palavra de Deus como regra de fé para suas vidas. Quando o evangelho é apregoado a um coração contristado, ocorre uma mudança de vida e a pessoa é alcançada pela graça de Deus, quando passa a viver em novidade de vida. Jesus Cristo foi o primeiro a evangelizar, começando com a escolha de apenas doze homens. Homens incautos, trabalhadores, mas que aceitaram o desafio quando fizeram a escolha, a melhor de todas em suas vidas, seguir Aquele que mudaria as suas vidas e a de toda a humanidade. Escolheram seguir seu Mestre e dar a própria vida por seus ideais. Ideais esses não de um mundo terreno, mas sobrenatural. Assim como nós, todos os dias devemos fazer algumas escolhas, entre as certas e as erradas, boas e más, fáceis e difíceis. A escolha é nossa, minha e sua. A minha já fiz e você? Já fez a sua escolha? Ele esta nos esperando! Jesus Cristo era o próprio Deus, pois Ele mesmo afirmara isso, quando disse: "Eu e meu pai somos um". Por isso, temos o prazer, o dever e a missão de levar a Palavra de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo para todo aquele que nEle crer, para que tenha a mesma oportunidade que eu tive e que você esta tendo também, de ter uma vida nova e cheia da abundãncia do seu amor, carinho e salavação. Aceite-o agora entregando sua vida ao Autor e Consumador da fé, o Todo Poderoso, a fim de que sejas abençoado por Ele.
Deus os abençoe!

VISITAÇÕES

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Evangelização pelos Apóstolos - Apostila

Assembléia de Deus 
Ministério de Madureira
Palmeira das Missões


Estudo Bíblico:
Evangelização pelos Apóstolos
a. Vida e Obra no Apostolado
b. Gráfico sobre o martírio dos Apóstolos
01 – Apóstolo PEDRO – São Pedro
02 - Apóstolo ANDRÉ - Santo André
03 - Apóstolo TOMÉ – São Tomé
04 - Apóstolo FILIPE ou São Filipe
05 - Apóstolo MATEUS ou São Mateus Evangelista
06 - Apóstolo BARTOLOMEU ou São Bartolomeu
07 - Apóstolo MARCOS ou São Marcos
08 - Apóstolo TIAGO ou São Tiago Maior
09 - Apóstolo TIAGO ou São Tiago Menor
10 - Apóstolo SIMÃO ou Simão, o Zelote
11 - Apóstolo JUDAS TADEUS ou São Judas Tadeu
12 - Apóstolo JOÃO ou São João Evangelista
13 – Apóstolo JUDAS ISCARIOTES o traidor
14 – Apóstolo MATIAS (Bíblia) o substituto
15 – Apóstolo PAULO ou Paulo de Tarso
16 – Apóstolo LUCAS ou São Lucas
17 – Apóstolo TIAGO, o Justo
18 – Apóstolo ESTEVÃO ou Santo Estevão o Mártir
19 – Apóstolo BARNABÉ ou Barnabé da Bíblia


EVANGELIZAÇÃO  PELOS APÓSTOLOS

Amados irmãos em Cristo Jesus, leitores e estudiosos da Bíblia Sagrada, trazemos para vocês algo já conhecido dos estudiosos das Santas Escrituras, no que se refere à pessoa de cada um dos Apóstolos. Os assuntos aqui tratados foram confeccionados para melhor compreensão e aprendizado da Palavra de Deus. Quando estudamos a Palavra de Deus, melhor compreendemos o projeto da salvação para a humanidade, a qual esta em Cristo Jesus. Jesus relatou que veio trazer as boas novas de salvação. Os Apóstolos foram homens escolhidos por Jesus para lhe ajudar a levar as boas novas, ou o Evangelho. Relatamos a seguir, algumas informações sobre a vida daqueles que já estão anunciados na Bíblia Sagrada, mas que contêm no mundo secular informações que poderão levar o amado irmão leitor das Santas Escrituras, melhorar os seus conhecimentos bíblicos e teológicos. Na teologia bíblica, aprendemos que os discípulos de Cristo evangelizaram uma boa parte do mundo antigo, e Sua Palavra esta se cumprindo todos os dias e com certeza, chegará até os confins da terra, a todos os povos, tribos, línguas e nações.
Procuramos levar aquilo que já é do conhecimento da maioria dos estudiosos bíblicos, pelas que buscamos, pelos estudos que colhemos e informações interessantes para apurar o conhecimento daqueles que buscam avançar no horizonte da sabedoria. Estudaremos pormenorizadamente, a vida dos Apóstolos de Cristo Jesus e de outros também nominados como Apóstolos, os quais apregoaram o evangelho sem temer a morte, dando a sua própria vida por amor a Jesus.

Gráfico sobre o martírio dos Doze Apóstolos
Nome
Descrição
Morte
Segundo as trações do catolicismo, foi o primeiro Papa da Igreja Católica Apostólica Romana e Bispo de Roma. Biblicamente não encontramos apoio a esta tese. Foi mártir na cidade de Roma entre 64 e 67 d.C., durante a perseguição dos cristãos pelo imperador Nero.
Crucificado de cabeça para baixo no Circo de Nero a seu próprio pedido, por não se sentir de valor suficiente para morrer da mesma forma que o seu Senhor havia morrido.
Foi para a terra dos canibais, que hoje são os países que compuseram a ex-União Soviética, região identificada por Cítia, por Eusébio de Cesaréia. Os cristãos daquela região atestam que ele foi o primeiro a levar o Evangelho para lá. Ele também pregou na Ásia Menor, hoje conhecida como Turquia, e na Grécia, onde foi martirizado. É considerado o fundador da igreja em Bizâncio (Constantinopla e, atualmente, Istambul), motivo pelo qual é considerado o primeiro Patriarca de Constantinopla.
Crucificado em uma cruz em forma de x.
Foi provavelmente o mais ativo dos apóstolos ao leste da Síria. Uma tradição informa que ele pregou até a Índia. Os cristãos indianos chamados Martoma, uma denominação muito antiga dentro do Cristianismo, o reverenciam como o fundador dela.
Foi morto em Mylapore, na Índia, por lanças de quatro soldados.
Possivelmente teve um ministério muito poderoso em Cartago, no Norte da África, e então na Ásia Menor, onde a mulher de um pró-cônsul romano se converteu.
Provavelmente morreu crucificado, mas alguns afirmam que foi preso e torturado pelo pro-cônsul.
O coletor de impostos e escritor de um dos Evangelhos ministrou na Pérsia (atual Irã) e na Etiópia.
Um dos mais antigos comentários diz que ele não foi martirizado, enquanto outros dizem que ele foi apunhalado até morrer na Etiópia.
Fez viagens missionárias para muitas partes. Porém tal informação é passada através de uma tradição. Ele teria ido à Índia com Tomé, voltou à Armênia, e foi também à Etiópia e ao sul da Arábia.
Teria sido esfolado vivo e, depois, decapitado pelo governador de Albanópolis, atual Derbent.
Também chamado de Tiago Maior, foi um dos primeiros discípulos de Jesus.
Foi decapitado em 44 d.C.
Também conhecido como Tiago Menor, é um dos pelo menos três outros Tiagos referido no Novo Testamento. Existe alguma confusão sobre quem seria quem, mas este Tiago é considerado como sendo o que ministrou na Síria.
Teria sido apedrejado.
Teria ministrado na Pérsia e martirizado naquela região.
Morto depois de negar sacrificar ao deus Sol, juntamente com Judas Tadeu.
Judas Tadeu ou Lebeu
Um dos três Judas relacionados com o ministério terreno de Jesus Cristo foi chamado para ser um dos doze, não podendo ser confundido com o traidor Judas Iscariotes (cfr. João 14:22). Diz a tradição que se dedicou à pregação do Evangelho na Judéia, Samaria, Mesopotâmia (hoje região do Iraque) e na Pérsia.
Martirizado a machadadas pelas autoridades persas e pela multidão instigada por sacerdotes zoroastristas juntamente com Simão, o Zelote.
É o único dos apóstolos que se pensa ter morrido de morte natural em idade avançada. Ele era o líder da Igreja na região da cidade de Éfeso, e é-se dito de que tinha Maria, a mãe de Jesus, em sua casa, de quem cuidava. Durante a perseguição do imperador romano Domiciano, pelo meio da década de 90 d.C., ele foi exilado na Ilha de Pátmos. Foi ali, segundo se crê, que ele teria escrito o último livro do Novo Testamento: o Livro do Apocalipse. Uma tradição latina muito antiga informa que ele escapou sem se queimar, depois de ter sido jogado num caldeirão de óleo fervente. Isso teria acontecido na cidade de Roma.
De todos os doze apóstolos, João Zebedeu finalmente tornou-se o mais destacado teólogo. Ele morreu de morte natural, em Éfeso, no ano 103 d.C., quando tinha 94 anos. Segundo bispo Polícrates de Éfeso em 190 (atestada por Eusébio de Cesareia na sua História Eclesiástica, 5, 24), o Apóstolo "dormiu" (faleceu) em Éfeso. Contudo, conta-se que a mesma estava vazia quando foi aberta por Constantino para edificar-lhe uma igreja.
Segundo algumas interpretações João era o apóstolo que Jesus mais amava. Ele tinha um enorme afeto pelo Senhor e vice-versa.

Teria sido convocado pelo próprio Jesus, mas traiu o Mestre enquanto este orava no Getsêmani.
Judas ter-se-á enforcado, mas que a corda - ou o ramo da árvore onde esta estava atada - se terá quebrado.
Paulo (Saulo de Tarso)
Perseguidor dos discípulos do Senhor, em uma das suas práticas converteu-se no caminho para Damasco, quando viu Jesus e ficou cego por três dias (At 9:1-9). Paulo o viu apenas uma vez. Tendo recebido a missão apostólica a partir do próprio Jesus. Dedicou a sua missão especialmente aos não-judeus.
Feito prisioneiro em Roma, foi acusado de crimes de falta de lealdade a Roma, e uma vez que era cidadão romano, foi executado por decapitação na Via Ostiense e não por crucificação.
Escolhido para ficar no lugar de Judas Iscariotes. Uma tradição diz que São Matias foi para a Síria com André.
Morto na fogueira.


VIDA E OBRA DOS APÓSTOLOS

01 – Apóstolo PEDRO – São Pedro
Pedro ou Simão Pedro nasceu no século I a.C., na cidade Betsaida, Galiléia, sendo morto entre 64 e 67 d.C., Roma). Foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo, como está escrito no Novo Testamento e, mais especificamente, nos quatro Evangelhos. Os católicos consideram Pedro como sendo o primeiro Bispo de Roma, por isso considerado o primeiro Papa da Igreja Católica.
Segundo a Bíblia, seu nome original não era Pedro, mas Simão. Nos livros dos Atos dos Apóstolos e na Segunda Epístola de Pedro, aparece ainda uma variante do seu nome original, Simeão. Cristo mudou seu nome para Kepha (Cefas em português, como em Gálatas 2:11), que em aramaico significa "pedra", "rocha", nome este que foi traduzido para o grego como Πέτρος, Petros, através da palavra πέτρα, petra, que também significa "pedra" ou "rocha", e posteriormente passou para o latim como Petrus, também através da palavra petra, de mesmo significado.
A mudança de seu nome por Jesus Cristo, bem como seu significado, ganha importância de acordo com a Igreja Católica em Mt 16, 18, quando Jesus diz: "E eu te declaro: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela." Jesus comparava Simão à rocha. Pedro foi o fundador, junto com o Apóstolo Paulo, da Igreja de Roma, sendo-lhe concedido o título de Príncipe dos Apóstolos. Esse título é um tanto tardio, visto que tal designação só começaria a ser usada cerca de um século mais tarde, suplementando o de Patriarca (agora destinado a outro uso). Pedro foi o primeiro Bispo de Roma, segundo o catolicismo. Essa circunstância é importante, pois daí provém à primazia do Papa e da diocese de Roma sobre toda a Igreja Católica; posteriormente esse evento originaria os títulos "Apostólica" e "Romana".
Antes de se tornar um dos doze discípulos de Cristo, Simão era pescador. Teria nascido em Betsaida e morava em Cafarnaum. Era filho de um homem chamado João ou Jonas e tinha por irmão o também Apóstolo André. Novas pesquisas no campo demonstram que Pedro e os demais apóstolos não eram simples pescadores. Ele e André eram "empresários" da pesca e tinham sua própria frota de barcos, em sociedade com Tiago, João e o pai destes, Zebedeu. Pedro era casado e tinha pelo menos um filho. Sua esposa era de uma família rica e moravam numa casa própria, cuja descrição é muito semelhante a uma vila romana, na cidade "romana" de Cafarnaum. O pai da esposa de Pedro chamava-se Aristóbulo, que tinha um irmão conhecido por Barnabé, e pertenciam provavelmente a uma família aristocrática, possivelmente a do rei Herodes.
Segundo o relato no Evangelho de São Lucas, Pedro teria conhecido Jesus quando este lhe pediu que utilizasse uma das suas barcas, de forma a poder pregar a uma multidão de gente que o queria ouvir. Pedro, que estava a lavar redes com Tiago e João, seus sócios, concedeu-lhe o lugar na barca que foi afastada um pouco da margem.
No final da pregação, Jesus disse a Simão que fosse pescar de novo com as redes em águas mais profundas. Pedro disse-lhe que tentara em vão pescar durante toda a noite e nada conseguira, mas, em atenção ao seu pedido, faria novamente. O resultado foi uma pescaria de tal monta que as redes iam rebentando, sendo necessária a ajuda da barca dos seus dois sócios, que também quase se afundaram puxando os peixes. Numa atitude de humildade e espanto Pedro prostrou-se perante Jesus e disse para que se afastasse dele, já que ele era um pecador. Jesus o encorajou, e então Pedro passou a segui-lo, dizendo que o tornaria "pescador de homens".
Nos Evangelhos Sinóticos o nome de Pedro sempre encabeça a lista dos discípulos de Jesus, o que na interpretação da Igreja Católica Romana deixa transparecer um lugar de primazia sobre o Colégio Apostólico. Não se descarta que Pedro, assim como seu irmão André, antes de seguir Jesus, tenha sido discípulo de João Batista.
Outro dado interessante era a estreita amizade entre Pedro e João Evangelista, fato atestado em todos os evangelhos, como por exemplo, na Última Ceia, quando pergunta ao Mestre, através do Discípulo Amado, quem o haveria de trair ou quando ambos encontraram o sepulcro de Cristo vazio no Domingo de Páscoa. Fato este é que demonstra que tal amizade perdurou até mesmo após a Ascensão de Jesus, como podemos constatar na cena da cura de um paralítico posto nas portas do Templo de Jerusalém, chamada Formosa.
Segundo a tradição defendida pela Igreja Católica Romana, o apóstolo Pedro depois de ter exercido o episcopado em Antioquia, teria se tornado o primeiro Bispo de Roma. Segundo esta tradição, depois de solto da prisão em Jerusalém, o apóstolo teria viajado até Roma e aí permanecido até ser expulso com os judeus e cristãos pelo imperador Cláudio, época em que haveria voltado a Jerusalém para participar da reunião de apóstolos sobre os rituais judeus no chamado Concílio de Jerusalém. A Bíblia atesta que após esta reunião, Pedro ficou em Antioquia, com seu companheiro de ministério, o Apóstolo Paulo, que afirma em sua carta aos gálatas. A tradição da Igreja Católica Romana afirma que depois de passar por várias cidades, Pedro haveria sido martirizado em Roma entre 64 e 67 d.C. Desde a Reforma, teólogos e historiadores protestantes afirmaram que Pedro não teria ido a Roma, esta tese foi defendida mais proeminentemente por Ferdinand Christian Baur, da Escola Tübingen. Outros, como Heinrich Dressel, em 1872, declararam que Pedro teria sido enterrado em Alexandria, no Egito ou em Antioquia. Hoje, porém os historiadores concordam que Pedro realmente viveu e morreu em Roma. O historiador luterano Adolf Harnack afirmou, que as teses anteriores foram tendenciosas e prejudicaram o estudo sobre a vida de Pedro em Roma. Sua vida continua sendo objeto de investigação, mas seu túmulo está localizado na Basílica de Pedro no Vaticano, o qual foi descoberto em 1950, após anos de meticulosa investigação.
Acredita-se que assim como Judas Iscariotes, Pedro tenha sido um zelote, grupo no qual teria surgido dos fariseus e constituía-se de pequenos camponeses e membros das camadas mais pobres da sociedade. Some-se a todos estes itens ainda o fato de os Evangelhos narrarem que Pedro negou a Jesus durante o famoso episódio em que o galo cantou, conforme Mt. 26:34, 74 Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante três vezes me negarás - E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente”.
Toda a primeira parte do Evangelho gira em torno da pergunta: quem é Jesus? Simão foi o primeiro dos discípulos a responder essa pergunta: Jesus é o filho de Deus. É esse acontecimento que leva Jesus a chamá-lo de Pedro.
Encontramos o relato do evento no Evangelho de São Mateus, 16:13-19: Jesus pergunta aos seus discípulos (depois de se informar do que sobre ele corria entre o povo): "E vós, quem pensais que sou eu?". “Simão Pedro, respondendo, disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Jesus respondeu-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te revelaram isso, e sim Meu Pai que está nos céus. Também Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei Minha Igreja e as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus. E o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16, 16-19).
O Evangelho de João, bem como o de Lucas, também falam a respeito do primado de Pedro dever ser exercido particularmente na ordem da Fé, e que Cristo o torna chefe: “Jesus disse a Simão Pedro, filho de Jonas, tu Me amas mais do que estes? "Ele lhe respondeu: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo". Jesus lhe disse: "Apascenta Meus cordeiros". Segunda vez disse-lhe: "Simão filho de Jonas, tu Me amas? - "Sim, Senhor”, disse ele, “tu sabes que te amo". Disse-lhe Jesus: "Apascenta Minhas ovelhas". Pela terceira vez lhe disse: "Simão filho de João, tu Me amas? Entristeceu-se Pedro porque pela terceira vez lhe perguntara “Tu Me amas?” e lhe disse: "Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo". Jesus lhe disse: "Apascenta Minhas ovelhas” (Jo21: 15-17). Jesus também disse a Pedro: “Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para vos peneirar como trigo; Eu, porém, orei por ti, a fim de que tua fé não desfaleça. Quando, porém, te converteres, confirma teus irmãos” (Lc 22:31-32).
Mais do que em Mt 16, 17:19 esse texto é mais claro no que se refere ao primado que Cristo confere a Pedro no próprio seio dos apóstolos; um papel de direção na Fé. Vejamos a passagem: E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16:17-19).
A comunidade de Roma foi fundada pelos apóstolos Pedro e Paulo e é considerada a única comunidade cristã do mundo fundada por mais de um apóstolo e a única do Ocidente instituída por um deles. Por esta razão desde a antiguidade a comunidade de Roma (chamada atualmente de Santa Sé pelos católicos) teve o primado sobre todas as outras comunidades locais (chamadas dioceses); nessa visão o ministério de Pedro continua sendo exercido até hoje pelo Bispo de Roma (segundo o catolicismo romano: Papa), assim como o ministério dos outros apóstolos é cumprido pelos outros Bispos unidos a ele, que é o cabeça do colégio apostólico, do colégio episcopal. A sucessão papal (de Pedro) começou com São Lino (67) e, atualmente é exercida pelo papa Bento XVI, segundo as tradições da igreja Católica.
Segundo essa visão, o próprio apóstolo Pedro atestou que exerceu o seu ministério em Roma ao concluir a sua primeira epístola: "A [Igreja] que está em Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, meu filho” (Mc 5:13). Diz-nos dos catolicistas de que este versículo, trata da Igreja de Roma. Assim também o interpretaram todos os autores desde a Antiguidade, como abaixo, como sendo a Roma Imperial (decadente). O termo não pode referir-se à Babilônia sobre o Eufrates, que jazia em ruínas ou à Nova Babilônia (Selêucia) sobre o rio Tigre, ou à Babilônia Egípcia cerca de Mênfis, tampouco a Jerusalém; deve, portanto referir-se a Roma, a única cidade que é chamada Babilônia pela antiga literatura Cristã (versão do catolicismo).

Visão dos historiadores:
Os historiadores católicos acreditam que esta tradição está correta, igualmente muitas tradições antigas corroboram com a versão de que Pedro esteve em Roma e que ali teria sido martirizado:

a. Bispo Dionísio de Corinto, em extrato de uma de suas cartas aos romanos (170):
"Tendo vindo ambos a Corinto, os dois apóstolos Pedro e Paulo nos formaram na doutrina do Evangelho. A seguir, indo para a Itália, eles vos transmitiram os mesmos ensinamentos e, por fim, sofreram o martírio simultaneamente”.

b. Gaio, presbítero romano, em 199:
"Nós aqui em Roma temos algo melhor do que o túmulo de Filipe. Possuímos os troféus dos apóstolos fundadores desta Igreja local. Vai à Via Ostiense e lá encontrareis o troféu de Paulo; vai ao Vaticano e lá vereis o troféu de Pedro."
Gaio dirigiu-se nos seguintes termos a um grupo de hereges: "Posso mostrar-vos os troféus (túmulos) dos Apóstolos. Caso queirais ir ao Vaticano ou à Via Ostiense, lá encontrareis os troféus daqueles que fundaram esta Igreja".
c. Orígenes (185 - 253), responsável pela Escola Catequética de Alexandria afirmou:
"Pedro, ao ser martirizado em Roma, pediu e obteve fosse crucificado de cabeça para baixo"
"Pedro, finalmente tendo ido para Roma, lá foi crucificado de cabeça para baixo."

d. Ireneu (130 - 202), Bispo de Lião (nascido em Izmir atual Turquia) referiu:
"Para a maior e mais antiga e a mais famosa Igreja, fundada pelos dois mais gloriosos Apóstolos, Pedro e Paulo." e ainda "Os bem-aventurados Apóstolos, portanto, fundando e instituindo a Igreja, entregaram a Lino o cargo de administrá-la como bispo; a este sucedeu Anacleto; depois dele, em terceiro lugar a partir dos Apóstolos, Clemente recebeu o episcopado."
"Mateus, achando-se entre os hebreus, escreveu o Evangelho na língua deles, enquanto Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí fundavam a Igreja."

e. Tertuliano (155-222 d.C.) falou da morte de Pedro em Roma:
"A Igreja também dos romanos publica - isto é, demonstra por instrumentos públicos e provas - que Clemente foi ordenado por Pedro."
"Feliz Igreja, na qual os Apóstolos verteram seu sangue por sua doutrina integral!" - e falando da Igreja Romana, "onde a paixão de Pedro se fez como a paixão do Senhor."
"Nero foi o primeiro a banhar no sangue o berço da fé. Pedro então, segundo a promessa de Cristo, foi por outrem cingido quando o suspenderam na Cruz."
f. Eusébio (263-340 d.C.) Bispo de Cesáreia, escreveu muitas obras de teologia, exegese, apologética, mas a sua obra mais importante foi a História Eclesiástica, onde ele narra a história da Igreja das origens até 303. Refere-se ao ministério exercido por Pedro:
"Pedro, de nacionalidade galileia, o primeiro pontífice dos cristãos, tendo inicialmente fundado a Igreja de Antioquia, se dirige a Roma, onde, pregando o Evangelho, continua vinte e cinco anos Bispo da mesma cidade."

g. Epifânio (315-403 d.C.), Bispo de Constância (também foi Bispo de Salamina e Metropolita do Chipre) fala da sucessão dos Bispos de Roma:
"A sucessão de Bispos em Roma é nesta ordem: Pedro e Paulo, Lino, Cleto, Clemente etc..."

"Lino foi Bispo de Roma após o seu primeiro guia, Pedro."

"Você não pode negar que sabe que na cidade de Roma a cadeira episcopal foi primeiro investida por Pedro, na qual Pedro, cabeça dos Apóstolos, a ocupou."

j. Cipriano (martirizado em 258), Bispo de Cartago (norte da África), escreveu a obra "A Unidade da Igreja" (De Ecclesiae Unitate), onde diz:
"A cátedra de Roma é a cátedra de Pedro, a Igreja principal, de onde se origina a unidade sacerdotal."

k. Santo Agostinho (354 - 430):
"A Pedro sucedeu Lino."

Há linha de pensamento contrária porém. O testemunho mais antigo indicado é o de 1 Pedro 5:13: “Aquela que está em Babilônia, escolhida igual a vós, manda-vos os seus cumprimentos” (Bíblia Católica Editora Paulus) – “A vossa co-eleita em babilônia vos saúda, e meu filho Marcos” (Bíblia on-line). Numa nota ao pé da página, na Nova Bíblia Americana (em inglês), uma moderna tradução católica romana, identifica-se esta “Babilônia” do seguinte modo: “Roma, a qual, assim como a antiga Babilônia, conquistou Jerusalém e destruiu seu templo.” No entanto, esta mesma tradução católica reconhece que, se Pedro escreveu a carta, “ela deve datar de antes de 64-67 A. D., período em que se deu sua execução sob Nero”. Mas, Jerusalém só foi destruída pelos romanos em 70 E.C. De modo que, no tempo em que Pedro escreveu a sua carta, não existia nenhuma correlação entre Babilônia e Roma.
De maneira que a idéia de que Babilônia significa Roma simplesmente é interpretação, mas sem apoio de fatos. Isto foi questionado por eruditos católicos romanos dos séculos passados, incluindo Pedro de Marca, João Batista Mantuan, Miguel de Ceza, Marsile de Pádua, João Aventin, João Leland, Charles du Moulin, Luís Ellies Dupin e o famoso Desidério (Gerhard) Erasmo. O historiador eclesiástico Dupin escreveu:
“A Primeira Epístola de Pedro é datada de Babilônia. Muitos dos antigos compreenderam este nome como significando Roma; mas não aparece nenhum motivo que pudesse induzir Pedro a mudar o nome de Roma para o de Babilônia. Como poderiam aqueles a quem escreveu entender que Babilônia significava Roma?” Além das referências a “Babilônia, a Grande”, no livro de Revelação ou Apocalipse, refere-se apenas a uma cidade que é chamada de Babilônia nas Escrituras Sagradas. Esta cidade é a Babilônia situada junto ao Eufrates. Teria sido de lá que Pedro escreveu?
Evidência histórica mostra que sim. Embora Babilônia entrasse em decadência depois de sua queda diante dos medos e dos persas, ela continuou a existir. Havia uma considerável população judaica na vizinhança de Babilônia, nos primeiros séculos da Era Comum. A enciclopédia The International Standard Bible Encyclopedia diz: ‘Babilônia permaneceu um foco do judaísmo oriental durante séculos, e, das discussões nas escolas rabínicas ali foi elaborado o Talmude de Jerusalém no quinto século de nossa era, e o Talmude de Babilônia, um século depois. ’
Pedro poderia querer dizer exatamente o que escreveu. Isto se torna evidente da decisão que tomou alguns anos antes de escrever sua primeira carta inspirada. Numa reunião com Paulo e Barnabé, ele concordou em continuar a devotar seus esforços para divulgar o evangelho entre os judeus. Lemos: “Viram que a evangelização dos incircuncisos me era confiada [i. e., a Paulo], como a dos circuncisos a Pedro, (por que aquele cuja ação fez de Pedro o Apóstolo dos circuncisos, fez também de mim o dos pagãos [gentios]). Tiago, Cefas e João, que são considerados as colunas, reconhecendo a graça que me foi dada, deram as mãos a mim e a Barnabé em sinal de pleno acordo: iríamos aos pagãos, e eles aos circuncidados [judeus].” (Gál. 2:7-9, Centro Bíblico Católico) Por conseguinte, Pedro teria razoavelmente trabalhado num centro do judaísmo, tal como Babilônia, em vez de em Roma, com a sua população predominantemente gentia ou pagã.
A afirmação de que Pedro esteve em Roma não tem assim nenhuma base no testemunho da própria Bíblia.
O Novo Testamento inclui duas epístolas cuja autoria é atribuída a Pedro: A "Primeira e a Segunda epístola de Pedro".
A partir da década de 1950, intensificaram-se as escavações no subsolo da Basílica de São Pedro, lugar tradicionalmente reconhecido como provável túmulo do apóstolo e próximo de seu martírio no muro central do Circo de Nero. Após extenuantes e cuidadosos trabalhos, inclusive com remoção de toneladas de terra que datava do corte da Colina Vaticana para a terraplanagem da construção da primeira basílica na época de Constantino, a equipe chefiada pela arqueóloga italiana Margherita Guarducci, encontrou o que seria uma necrópole atribuída a Pedro, inclusive uma parede repleta de grafitos com a expressão Petrós Ení, que, em grego, significa "Pedro está aqui".
Também foram encontrados, em um nicho, fragmentos de ossos de um homem robusto e idoso, entre 60-70 anos, envoltos em restos de tecido púrpura com fios de ouro que se acredita, com muita probabilidade, ser de Pedro. A data real do martírio, de acordo com um cruzamento de datas feito pela arqueóloga, seria 13 de outubro de 64 d.C. e não 29 de junho, data em que se comemorava o traslado dos restos mortais de Pedro e  Paulo para a estada dos mesmos nas Catacumbas de São Sebastião durante a perseguição do imperador romano Valeriano em 257.

02 - Apóstolo ANDRÉ - Santo André
Santo André, que em grego diz: 'Ανδρέας, Andreas; nasceu no século I d.C., conhecido na tradição ortodoxa como Protocletos (o "primeiro [a ser] chamado"), é um apóstolo cristão, irmão de Pedro. O nome "André" (do grego "ανδρεία", andreía, "hombridade" ou "coragem"), como em diversos outros nomes gregos, parece ter sido comum entre os judeus dos séculos II ou III a.C.. Não se tem registro de qualquer nome hebraico ou aramaico seu.
De acordo com Hipólito de Roma, ele pregou na Trácia e sua presença em Bizâncio também é mencionada no apócrifo de "Atos de André", escrito no século II. Esta diocese se desenvolvereu e acabarou por se tornar o Patriarcado de Constantinopla. André é, por isso, considerado como seu fundador. O fundador de Constantinopla.
O Novo Testamento registra que André era irmão de Pedro, do que se pode concluir que ele também era filho de Jonas, ou João: E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus”. (Mateus 16:17) e também em: E levou-o a Jesus. E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro)” (João 1:42). André é natural de Betsaida, às margens do Mar da Galileia, conforme: E Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro” (João 1:44). Tanto ele quanto seu irmão Pedro eram pescadores, por profissão, e segundo a tradição Jesus teria lhes chamado para serem seus discípulos dizendo que faria deles "pescadores de homens“. André também teria ocupado a mesma casa que Jesus, no início da vida pública deste, em Cafarnaum, conforme: E logo, saindo da sinagoga, foram à casa de Simão e de André com Tiago e João” (Marcos 1:21-29) .
O Evangelho segundo João conta que André era um discípulo de João Batista, cujo testemunho levou o próprio André e João, o Evangelista, a seguirem Jesus, vejamos a passagem bíblica: No dia seguinte João estava outra vez ali, e dois dos seus discípulos; E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus. E os dois discípulos ouviram-no dizer isto, e seguiram a Jesus. E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais? E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde moras? Ele lhes disse: Vinde, e vede. Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a hora décima. Era André, irmão de Simão Pedro, um dos dois que ouviram aquilo de João, e o haviam seguido”
André imediatamente reconheceu Jesus como o Messias, e apressou-se a apresentá-lo a seu irmão, conforme: Este achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo)” (João 1:41). A partir daí os dois irmãos se tornaram discípulos fiéis de Jesus. Numa ocasião posterior, antes do derradeiro chamado ao apostolado, passaram a ser companheiros mais íntimos, e abandonaram todos os seus pertences para seguir Jesus, conforme: E, levando os barcos para terra, deixaram tudo, e o seguiram” (Lucas 5:11); E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no” (Mateus (4:19-20); E Jesus lhes disse: Vinde após mim, e eu farei que sejais pescadores de homens. E, deixando logo as suas redes, o seguiram” (Marcos 1:17-18).
André é mencionado nos evangelhos como estando presente em diversas ocasiões de importância, como um dos discípulos mais próximos de Jesus: “E, assentando-se ele no Monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, e Tiago, e João e André lhe perguntaram em particular:” (Marcos 13:3). Também: E um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe:” (João 6:8), também em: Filipe foi dizê-lo a André, e então André e Filipe o disseram a Jesus” (João 12:22). No livro dos Atos dos Apóstolos, apenas o mencionam uma única vez. Vejamos: E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, irmão de Tiago” (Atos 1:13).
Eusébio de Cesareia, citando Orígenes, conta que André pregou na Ásia Menor e na Cítia, ao longo do mar Negro, chegando até o rio Volga e Kiev - daí que se tenha tornado padroeiro da Romênia e da Rússia. De acordo com a tradição, teria fundado a sede de Bizâncio (Constantinopla), em 38 d.C., e instaurado Estácio como bispo. Esta diocese iria posteriormente se transformar no Patriarcado de Constantinopla, do qual André é reconhecido como santo padroeiro.
André teria sofrido o martírio através da crucifixão, em Patras (Patrae), na Aquéia. Embora os textos mais antigos, como os Atos de André, mencionados por Gregório de Tours, descrevem que ele teria sido atado, e não pregado, a uma cruz latina, desenvolveu-se uma tradição de que André teria sido crucificado numa cruz do tipo conhecido como Crux decussata ("cruz em forma de 'x'"), comumente conhecida como "cruz de Santo André", e que isto teria sido feito a pedido dele próprio, que se julgava indigno de ser crucificado no mesmo tipo de cruz que havia sido usada para crucificar Cristo. A iconografia familiar de seu martírio, que mostra o apóstolo atado à cruz em forma de 'x', não parece ter sido padronizada até o fim da Idade Média.

a. Relíquias
O destino de suas relíquias varia de acordo com as diversas tradições de sua lenda; seus ossos, inicialmente em Patras, cidade da qual Santo André é o patrono, teriam sido levados para Constantinopla, por decreto imperial, onde foram exibidas num triunfo magnífico em 3 de março de 357, quando chegaram à capital do Império Romano do Oriente, até seu lugar de repouso final, na Igreja dos Apóstolos. Durante a Quarta Cruzada (1203/1204) foram roubadas pelos cruzados - supostamente para protegê-los dos turcos. A cabeça do santo, considerada um dos tesouros da Basílica de São Pedro, seria um presente do déspota bizantino Tomás Paleólogo ao papa Pio II, em 1461. Recentemente, por decisão do papa Paulo VI, em 1964, as relíquias que ainda eram mantidas no Vaticano, que consistiam de um dedo, parte do topo do crânio e pequenos pedaços da cruz, foram enviadas de volta a Patras - onde são mantidas na Igreja de Santo André, num santuário especial, e reverenciados anualmente a 30 de novembro - gesto que foi visto como um gesto de reaproximação entre as igrejas Romana e Ortodoxa. Uma tradição escocesa afirma que as relíquias teriam sido levadas para o país, mais especificamente a cidade que leva o seu nome, Saint Andrews; a bandeira da Escócia apresentaria a sua cruz, que, após a união da Escócia com a Inglaterra, também passaria a fazer parte da bandeira do Reino Unido.

03 - Apóstolo TOMÉ – São Tomé
São Tomé foi um dos doze apóstolos originalmente escolhidos por Jesus, segundo os Evangelhos sinóticos e os Atos dos apóstolos, conforme nos diz o seguinte versículo: Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu” (Mt 10:3), também esta escrito: E a André, e a Filipe, e a Bartolomeu, e a Mateus, e a Tomé, e a Tiago, filho de Alfeu, e a Tadeu, e a Simão o Zelote” (Mc 3:18) e também na seguinte passagem bíblica: Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote” (Lc 6:15), havendo poucos registros além.
a. Nome e identidade
Alguns teólogos têm mantido discordâncias a respeito da verdadeira identidade de São Tomé. Tomé não é propriamente um prenome, mas sim a palavra equivalente a gêmeo, vindo do aramaico Tau'ma (תום), e posteriormente traduzida para o grego Didymus. Essa palavra aparece composta com o prenome Judas nalguns trechos bíblicos. Muito se discute de quem esse Judas Tomé seria irmão gêmeo. Outros, inclusive, acreditam se tratar de Judas Tadeu, irmão de Tiago Menor, tendo-se confundido-o com uma terceira pessoa apenas porque seu nome teria aparecido com a alcunha Gêmeo algumas vezes em vez de Tadeu. Essa suspeita é reforçada por não haver um consenso histórico sobre quem seriam verdadeiramente os doze apóstolos, havendo indicativos no Novo Testamento sobre outros possíveis seguidores escolhidos por Jesus para ser um dos doze.
Fato é que a tradição católica e ortodoxa, bem como fortíssimos indícios indianos dos católicos nativos de Malabar, apoiam a existência deste apóstolo, sua missão evangelizadora e seu martírio. De fato, no século XVI os portugueses que chegaram à região disseram ter descoberto a cripta do santo, suas relíquias e, inclusive, um pedaço de uma das lanças com as quais fora morto com o sangue ainda coagulado. Acrescente-se a isto que todos os antigos martirológios mencionam a ida de São Tomé à Índia, sua pregação e seu martírio, transpassado por lanças empunhadas por hindus. [carece de fontes?]
Um fato recente e muito curioso foi quando do tsunami de dezembro de 2004 que devastou toda aquela região: o templo que guarda suas supostas relíquias ficou imune às ondas gigantescas que destruíram todas as construções adjacentes, tendo permanecido intacto. Uma antiga tradição afirmava que um poste fixado pelo apóstolo limitaria até o fim dos tempos as águas, que jamais o ultrapassariam. Este poste existe até os dias atuais e se localiza exatamente na porta principal da igreja que guarda suas supostas relíquias. Isto deixou os sacerdotes hindus desconcertados e os mesmos prometeram não mais perseguir e discriminar os cristãos daquelas plagas. [carece de fontes?]

b. Outros nomes
O Evangelho de Tomé presente na biblioteca de Nag Hammadi assim se inicia: Esses são os ditos secretos que o Jesus vivo disse e Judas Tomé Dídimo registrou. Tradições sírias também alegam que o nome completo do apóstolo era Judas Tomé, ou Jude Tomé. Alguns dizem ter visto nos Atos de Tomé (escrito na Síria oriental entre os séculos II e III) uma identificação de São Tomé com o apóstolo Judas Tadeu, filho de Tiago. No entanto, a primeira frase desse Atos segue os Evangelhos e os Atos dos Apóstolos, distinguindo os apóstolos Judas Tomé e Judas Tadeu.
Poucos textos determinam o irmão gêmeo de Tomé, apesar de que no Livro de Tomé o Adversário, parte dos manuscritos de Nag Hammadi, identifica-se Jesus como seu irmão: Agora, haja vista que foi dito ser tu meu gêmeo e verdadeiro companheiro, examina-te a ti mesmo.

c. No Evangelho de João
São Tomé aparece numas poucas passagens no Evangelho de João. Em João 11:16, quando Lázaro morre, os discípulos resistem à decisão de Jesus para que retornem à Judéia, onde os judeus tentaram apedrejar Jesus. O Mestre está determinado, mas é Tomé que toma a palavra final: “Vamos todos, pois poderemos morrer com Ele”. Alguns interpretam esse como uma antecipação ao conceito teológico paulínio de morrer com Cristo. Pela Bíblia On-Line, lemos: Disse, pois, Tomé, chamado Dídimo, aos condiscípulos: Vamos nós também, para morrermos com ele”.
Ele também fala na Última Ceia em João 14:5. Jesus assegura seus discípulos que eles sabem aonde ele irá, mas Tomé protesta que eles não sabem de fato. Jesus retruca a ele aos pedidos de Filipe com uma complexa exposição de seu relacionamento com O Pai. Vejamos esta passagem pela Bíblia On-Line: “Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho? Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:5-6)
A aparição mais famosa de Tomé no Novo Testamento está em João 20:24-29, “Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei. E oito dias depois estavam outra vez os seus discípulos dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco. Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram”.
Quando Tomé duvida da ressurreição de Jesus e exige que necessite sentir Suas chagas antes de se convencer, é a passagem de que dá origem à expressão de Tomé o Incrédulo, bem como, de diversas tradições populares similares, tal como Fulano é feito São Tomé: precisa ver para crer. Após ver Jesus vivo, Tomé professa sua fé em Jesus; a partir de então ele é considerado Tomé o Crente.
Da mesma forma que se acredita que Pedro e Paulo disseminaram as sementes do cristianismo pela Grécia e Roma, Marcos pelo Egito e João pela Síria e Ásia Menor, Tomé teria levado a Palavra à Índia, tendo sido o primeiro a evangelizar o Leste. Como "prova" das passagens de Tomé pelo mundo, são-lhe atribuídas formas e marcas em pedras que se assemelham a pegadas, algumas de tamanho gigantesco. É o caso, por exemplo, da lenda sobre a "pegada" no Pico de Adão.

d. Evangelização na Síria
Tomé tem um papel na lenda do rei Abgar V de Edessa (Urfa), por ter enviado Tadeu de Edessa para pregar na cidade mesopotâmica (hoje síria) de Edessa após sua Ascensão. Santo Efreu, que também conta essa lenda, escreveu uma fábula na qual o demônio grita:
(…) A qual terra devo me refugiar do justo? Eu instiguei a Morte para os Apóstolos assassinar, e por suas mortes eu de suas investidas escapar.
Mas fui duramente atingido: o Apóstolo que matei em Índia subjugou-me em Edessa; aqui e lá ele está em sua plenitude.
Lá fui eu, e lá estava ele: aqui e lá para minha aflição o encontrei.
A tradição mantida pela igreja de Edessa que afirma ser Tomé o Apóstolo da Índia que gerou inúmeras fábulas também atribuídas a Santo efreu, copiadas em códices dos séculos VIII e IX. Referências nas fábulas preservam a crença de que os ossos de Tomé foram trazidos da Índia a Edessa por um mercador, e que as relíquias operam milagres tanto na Índia quanto na Edessa. Um pontífice determinou o dia dedicado ao santo e um templo a ele foi erguido. As tradições tomasianas ganharam corpo na liturgia siríaca.
Durante o século IV, o memorial erguido no suposto local do martírio de Tomé atraiu peregrinos a Edessa, para a veneração de seus restos. Nos anos de 380 d.C., Santa Egeria descreveu sua visita ao local em carta enviada à sua irmandade (Itineraria Egeriae):
Nós chegamos em Edessa em nome de Cristo nosso Senhor, e, em nossa chegada, dirigimo-nos diretamente à igreja e memorial de São Tomé. Lá, conforme os costumes locais, orações foram feitas e outras coisas costumeiras aos lugares santos; nós também lemos algo relevante a São Tomé em si. A igreja de lá é muito grande, muito bonita e recém-construída, merecedora de ser a casa do Senhor, e como havia muito que eu desejava ver, foi-me necessário lá permanecer por três dias.

e. Evangelização na Índia
Eusébio de Cesareia cita Orígenes, como quem afirma ter sido Tomé o apóstolo dos partos, mas Tomé é mais conhecido como missionário na Índia por meio dos Atos de Tomé, escrito em torno do ano 200 d.C.
As várias denominações da moderna da Igreja oriental dos Cristãos de São Tomé atribuem suas origens à sua tradição oral, datada de fins do século II, que alega ter Tomé chegado a Maliankara, próxima à vila de Moothakunnam, na região de Paravoor Thaluk, em 52 d.C. Esse vilarejo está localizado a 5 km de Kodungallur, no Estado indiano de Kerala, e contém as igrejas dedicadas a São Tomé popularmente conhecidas como Ezharappallikal (Sete igrejas e meia). Essas igrejas estão em Cranganor, Coulão, Niranam, Nilackal (Chayal), Kokkamangalam, Kottakkayal (Paravoor), Palayoor (Chattukulangara) e Thiruvithamkode – a meia-igreja.

f. Evangelização na América
Durante os primeiros séculos da colonização na América, vicejou-se a lenda de que São Tomé teria miraculosamente vindo ao novo continente e estabelecido contato com os indígenas. Novamente, como "prova" da passagem do santo, diversos sinais tidos como pegadas seriam atribuídos a Tomé. Basicamente, a figura da mitologia indígena Sumé (um homem branco que teria visitado em tempos pré-colombianos) foi identificada e fundida com São Tomé.
Segundo Sérgio Buarque de Holanda, em seu livro Visões do Paraíso, essa seria uma das poucas crenças relacionadas à América cuja origem se dá entre os portugueses, ao passo que os espanhóis teriam mistificado a América com a edenização, criando diversas lendas para "corroborar" essa ideia, como a terra das amazonas e a fonte da juventude (Juventia). Para o autor, isso denotaria o caráter religioso da missão portuguesa e o caráter civilizatório da espanhola. Ainda segundo Holanda, a suposta falta de mitos relacionados à nova terra entre a população portuguesa denotaria sua falta de interesse pela América, mais interessada em extrair recursos das costas e concentrar esforços em benfeitorias mais lucrativas, na Índia e na África.

04 - Apóstolo FILIPE ou São Filipe
São Filipe foi um apóstolo de Cristo e mártir. Diz a tradição, através de Eusébio de Cesaréia, que era casado, tinha duas filhas e teria realizado muitos milagres, inclusive revivido - não ressuscitado, assim como com Lázaro - um defunto em Hierápolis.
Também diz a tradição de que Filipe pregou o Evangelho na Palestina, Grécia e na Ásia Menor, onde, se diz que morreu crucificado e, a seguir, apedrejado no ano 80 d.C. em Hierápolis, na Frígia.
Filipe era natural de Betsaida, uma cidade da Galiléia, conforme o seguinte versículo: E Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro” (João 1:44).
De acordo com o Evangelho segundo João, diz-se que Filipe foi chamado por Jesus para ser seu seguidor e que foi ele quem apresentou Natanael a Cristo: No dia seguinte quis Jesus ir à Galiléia, e achou a Filipe, e disse-lhe: Segue-me” (1:43),
Não deve ser confundido com Filipe, o Evangelista, missionário citado no livro dos Atos dos apóstolos.
Filipe era um dos 12 primeiros apóstolos de Cristo, Galileu de Betsaida, segundo relataram em seus evangelhos, Mateus, Marcos e Lucas. Perdeu o pai exatamente na ocasião em que conheceu o Divino Mestre e tornou-se o quinto apóstolo na hierarquia de Cristo. Esteve presente na multiplicação dos pães e na última ceia, conforme as seguintes passagens bíblicas: “No dia seguinte quis Jesus ir à Galiléia, e achou a Filipe, e disse-lhe: Segue-me. E Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro. Filipe achou Natanael, e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José”
 (Jo 1:43-45); também em: “Então Jesus, levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem?
Mas dizia isto para experimentá-lo; porque ele bem sabia o que havia de fazer.
Filipe respondeu-lhe: Duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão, para que cada um deles tome um pouco” (Jo 6:5-7); também em : “Ora, havia alguns gregos, entre os que tinham subido a adorar no dia da festa. Estes, pois, dirigiram-se a Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e rogaram-lhe, dizendo: Senhor, queríamos ver a Jesus. Filipe foi dizê-lo a André, e então André e Filipe o disseram a Jesus” (Jo 12:20-22) e na seguinte passagem: Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta”(Jo 14:8).
Após a morte de Jesus viajou ao Egito, Etiópia (África) e ao Norte, e depois rumou para a Grécia onde viveu em Hierápolis com suas quatro filhas, que eram profetizas. Duas delas tornaram-se muito respeitadas por suas previsões. Era um judeu helenístico e, antes de mais nada, um evangelista para as sinagogas judaicas de língua grega da Cítia, Frígia e dos arredores da Grécia e Macedônia. No Evangelho de João aparece como grande amigo do apóstolo Bartolomeu e cita que ele ficou profundamente impressionado sobre o mistério da Trindade relatado por Jesus, durante a última ceia. O resto de sua vida não consta em nenhum outro relato, assim como a sua morte. Consta que em sua mensagem preservava um belo misticismo baseado na santidade do casamento. Ordenou vários bispos entre os gregos e as suas igrejas desenvolviam sete sacramentos cuja mais alta iniciação era o Mistério da Câmara Nupcial, na qual a imagem ou Yetzer de Deus, que habitava no coração do discípulo, era reunido ao anjo ou alma ressuscitada. Portanto, ao contrário da pregação de outros apóstolos, em seu evangelho não havia ênfase na abstinência sexual ou abstenção do casamento. Conta uma tradição que ele morreu crucificado de cabeça para baixo, aos 87 anos, em Gerápolis, no tempo do imperador Domiciano. As suas relíquias teriam sido transportadas a Roma e colocadas juntas com as de São Tiago Menor, na igreja dos Santos Apóstolos. Este seria o motivo pelo qual a Igreja latina festeja os dois apóstolos no mesmo dia. Sua festa votiva é em primeiro de maio.

05 - Apóstolo MATEUS ou São Mateus Evangelista
 Mateus, quer dizer: "Dom de Javé" ou "Presente de Deus", hebraico padrão e vocalização de Tibérias: Mattay ou Mattiyahu; grego da Septuaginta, Matthaios; grego moderno: Matthaíos é, pelo relato da igreja, o autor do Evangelho de Mateus e um dos Doze Apóstolos.
Adicionalmente, Jerónimo, em De Viris Illustribus, cap 3 e Eusébio de Cesareia, citam Mateus como autor do Evangelho dos Hebreus.

a. Identidade do Apóstolo
Entre os primeiros seguidores e apóstolos de Jesus, Mateus é mencionado em Mateus 9:9 (E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na recebedoria um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu) e Mateus 10:3 (Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu), como tendo sido um coletor de impostos de Cafarnaum que foi convidado para formar o círculo dos Doze por Jesus. Ele também é mencionado como um dos doze apóstolos, embora sem a menção de sua profissão anterior, em Marcos 3:18 (E a André, e a Filipe, e a Bartolomeu, e a Mateus, e a Tomé, e a Tiago, filho de Alfeu, e a Tadeu, e a Simão o Zelote), Lucas 6:15 (Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote) e Atos 1:13 (E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, irmão de Tiago). Ele é geralmente identificado como sendo o Levi, filho de Alfeu, também coletor de impostos e que é citado em Marcos 2:14 (E, passando, viu Levi, filho de Alfeu, sentado na recebedoria, e disse-lhe: Segue-me. E, levantando-se, o seguiu) e Lucas 5:27 (E, depois disto, saiu, e viu um publicano, chamado Levi, assentado na recebedoria, e disse-lhe: Segue-me).
Durante a ocupação romana, que iniciou em 63 a.C. com a conquista de Pompeu, Mateus coletava impostos do povo hebreu para Herodes Antipas, o tetrarca da Galileia. Sua coletoria estava localizada em Cafarnaum. Judeus que enriqueciam desta maneira era desprezados e considerados párias. Porém, como um coletor de impostos, ele deve ter alfabetizado em aramaico (ainda que provavelmente não em grego e nem em latim).
Foi neste cenário, perto de onde hoje está Almagor, que Jesus convidou Mateus para ser um dos Doze Apóstolos. Após o chamado, Mateus convidou Jesus para um banquete em sua casa. Ao ver isto, os escribas e os fariseus criticaram Jesus por cear com coletores de impostos e pecadores. A provocação fez Jesus responder, «Não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento.» (Lucas 5:29).

b. O ministério de Mateus
O ministério de Mateus no Novo Testamento é bastante complexo de atestar. Quando ele é mencionado, é geralmente junto com Tomé. Como discípulo, ele seguiu Cristo e foi uma das testemunhas da Ressurreição e da Ascensão. Depois, Mateus, Maria, Tiago e outros seguidores próximos a Jesus se recolheram ao cenáculo em Jerusalém. Na mesma época, Tiago sucedeu a Jesus como líder da igreja de Jerusalém.
Eles permaneceram nas redondezas de Jerusalém e proclamaram que Jesus, filho de José, era o Messias prometido nas profecias. Acredita-se que estes primeiros cristãos judeus eram chamados de nazarenos. É quase certo que Mateus era um deles, uma vez que tanto o Novo Testamento quanto no Talmud, assim atestam.
Mateus pregou por quinze anos o Evangelho em hebraico para a comunidade judaica na Judéia. Mais tarde, ele viajaria pelas nações gentias (presumivelmente seguindo o ordenamento de Jesus em Mateus 28:16-20) e espalhou os ensinamentos de Jesus entre os etíopes, macedonianos, persas e partos. Acredita-se também que ele tenha morrido uma morte natural, na Etiópia ou na Macedônia. Porém, tanto a Igreja Católica, quanto à Ortodoxa, sustentam a crença tradicional de que ele tenha morrido como mártir.
Os cristãos do tempo de Mateus ainda se consideravam judeus e, como tais, eles adoravam no Templo e reverenciavam e Lei dada por Deus a Moisés. Eles também reverenciavam uma tradição oral chamada Torah Shebeal Peh, que interpretava a lei escrita. Foi neste contexto cultural (chamado de Sitz im Leben) que a tradição oral cristã nasceu, conforme Jesus e rabinos cristãos desenvolveram a "mensagem" (evangelhos) oral interpretando a lei escrita.
Quando o Segundo Templo em Jerusalém foi destruído em 70 d.C., esta tradição oral não era mais possível e se tornou necessário escrevê-la, o que ocorreu na Mishnah (parte do que seria posteriormente o Talmude). Acredita-se que Mateus traduziu a "tradição oral cristã" (ou Logia) na forma escrita antes de partir para Roma.
O grande escritor erudito Orígenes, afirma que o primeiro evangelho foi escrito por Mateus. Este evangelho foi escrito em hebraico em Jerusalém para ser utilizado por cristão-judeus e traduzido para o grego, embora esta não tenha sobrevivido. Uma cópia do original hebraico era mantido na Biblioteca Teológica de Cesareia Marítima. A comunidade nazarena transcreveu uma cópia para Jerônimo, que a utilizou em sua obra De Viris Illustribus. O Evangelho de Mateus era então chamado de "Evangelho dos Hebreus" ou, às vezes, "Evangelho dos Apóstolos" e acredita-se que ele foi o original "Mateus grego" encontrado na Bíblia. Porém, esta interpretação foi contestada por estudiosos modernos como Bart Ehrman e James Edwards.
Os padres da Igreja Epifânio de Salamina e Jerônimo de Strídon, mencionam um evangelho primordial, o hoje perdido Evangelho dos Hebreus, que foi parcialmente preservado nos escritos deles, e que teria sido escrito por Mateus. Epifânio, porém não afirma por si que o autor seria Mateus, ele apenas afirma que esta era a crença dos heréticos Ebionitas. Muitos estudiosos hoje em dia, notavelmente Raymond E. Brown, acreditam que "o evangelho canônico de Mateus foi escrito em grego por alguém que não foi testemunha ocular e cujo nome é desconhecido para nós e que dependia de fontes como o Evangelho de Marcos e a fonte Q", uma teoria conhecida como Prioridade de Marcos. Há opiniões divergentes, como a de Craig Blomberg.

06 - Apóstolo BARTOLOMEU ou São Bartolomeu
São Bartolomeu, foi um dos apóstolos de Jesus Cristo.
Seu nome vem do aramaico, com uma referência patronímica: Bar Talmay - filho de Talmay. Há historiadores que também mantêm uma referência patronímica, mas dá outro significado para o nome: Bar Ptolomeu - Filho de Ptolomeu. Esta última hipótese não é inverossímil, visto que Ptolomeu (suposto pai de Bartolomeu) possuía um prenome grego, e a cultura grega tinha uma grande influência na Judéia da época.
Nenhuma narração bíblica lhe enfoca especialmente e seu nome consta apenas nas listas dos doze. No entanto, segundo a tradição, ele é o Natanael de que falam outras passagens, e isso fica evidente através da comparação entre os quatro Evangelhos. Natanael significa "Deus deu" - o significado desse nome fica claro levando-se em conta que ele vinha de Caná, onde deve ter testemunhado a ação de Jesus nas Bodas de Caná da Galiléia: E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus. E foi também convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas. E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser. E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes. Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E levaram. E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo. E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho. Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele (Jo 2, 1-11).
Como narra a Bíblia, São Filipe comunicou a Natanael (São Bartolomeu) que havia encontrado o Messias, e que esse provinha de Nazaré, ao que Natanael respondeu dura e preconceituosamente: "De Nazaré pode vir alguma coisa boa?" (Jo 1, 46a). Essa observação é importante indicador das expectativas judaicas quanto à vinda do Messias, então tidas.
No seu primeiro encontro com Jesus, recebe um elogio: "Aqui está um verdadeiro Israelita, em quem não há fingimento" (Jo 1, 47), ao qual o apóstolo responde: "Como me conheces?". Jesus responde de forma que não podemos compreender claramente somente através das Escrituras: "Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas sob a figueira". Com certeza se tratava de um momento crítico e decisivo na vida de Natanael. Após essa revelação de Jesus, Natanael faz a sua adesão ao Mestre com a seguinte profissão de fé: "Rabi, tu és o filho de Deus, tu és o Rei de Israel".
Segundo fontes históricas, São Bartolomeu teria pregado o cristianismo até na Índia. Outra tradição diz que o apóstolo morreu por esfolamento em Albanópolis, atual Derbent, Cáucaso, a mando do governador, tanto que na Capela Sistina ele é pintado segurando a própria pele na mão esquerda e na outra o instrumento de seu suplício, um alfange. Segundo a Igreja Católica, mais tarde suas relíquias foram levadas para a Europa e jazem em Roma, na Igreja a ele dedicada.
O Papa, na audiência do dia 4 de outubro de 2006, disse estas palavras que concluem o ensinamento da vida de São Bartolomeu: "Para concluir, podemos dizer que a figura de São Bartolomeu, mesmo sendo escassas as informações acerca dele, permanece, contudo diante de nós para nos dizer que a adesão a Jesus pode ser vivida e testemunhada também sem cumprir obras sensacionais. Extraordinário é e permanece o próprio Jesus, ao qual cada um de nós está chamado a consagrar a própria vida e a própria morte".

07 - Apóstolo MARCOS ou São Marcos
São Marcos Evangelista, em grego: Μάρκος; em hebraico: מרקוס; em árabe egípcio: مرقص; em copta: Ⲙⲁⲣⲕⲟⲥ; c.10 a.c. , nasceu na Alexandria, 25 de Abril de 68) é o nome tradicional do autor de um dos Evangelhos. Ele é também um dos Setenta Discípulos e é considerado o fundador da Igreja de Alexandria, uma das principais sedes do Cristianismo primitivo.

a. Identidade do Apóstolo
A tradição cristã o identifica com o João Marcos (em grego: Μάρκος Ιωάννης, transl. Márkos Iōánnēs), mencionado como companheiro do Apóstolo Paulo nos Atos dos Apóstolos, e que posteriormente teria se tornado um discípulo de Simão Pedro. Uma tradição anterior, relatada já no século II-III d.C. por Hipólito (obra espúria; "Sobre os Setenta Apóstolos" distingue os dois. De acordo com ele, Marcos, o evangelista, de 2 Timóteo 4:11 (Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério) é diferente de João Marcos, de Atos 12:12-25, Atos 13:5-13 e Atos 15:37 (E Barnabé aconselhava que tomassem consigo a João, chamado Marcos) e Marcos, primo de Barnabé, de Colossenses 4:10 (Aristarco, que está preso comigo, vos saúda, e Marcos, o sobrinho de Barnabé, acerca do qual já recebestes mandamentos; se ele for ter convosco, recebei-o) e de Filemon 24 (Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores). Todos eles pertenceriam aos "Setenta Discípulos" que foram enviados por Jesus para saturar a Judéia com o evangelho (veja Lucas 10:1-16).
De acordo com Eusébio de Cesar eia (Hist. Eu.  II. 9.1-4), Herodes Agrega I, em seu primeiro tempo de governo sob toda a Judéia (41 d.C.) matou Tiago, filho de Zebedeu, e prendeu Pedro, planejando matá-lo após a Páscoa judaica. Pedro foi salvo milagrosamente por anjos e escapou do reino de Herodes, conforme relatos de Atos 12:1-19. Depois de muitas viagens pela Ásia Menor e pela Síria, ele chegou em Roma no segundo ano do imperador Cláudio (42 d.C.). Em algum ponto pelo caminho, Pedro encontrou Marcos, o evangelista, restaurou sua fé (após ele ter deixado Jesus, conforme relata a Palavra de Deus, em João 6:44-66, e tomou-o como companheiro de viagem e intérprete. A pregação de Pedro na cidade teve tanto sucesso que ele foi presenteado pelos habitantes da cidade com uma estátua e, a pedidos da população, Marcos escreveu os sermões de Pedro, compondo assim o Evangelho segundo Marcos (Hist. Ecl. II 15 e 16) antes de partir para Alexandria no terceiro ano de Cláudio (43 d.C.).
Lá, ele fundou a Igreja de Alexandria, cuja sucessão até os dias de hoje é alegada por diversas e diferentes denominações (veja Patriarca de Alexandria), mas principalmente pela Igreja Ortodoxa Copta. Aspectos da liturgia copta podem referenciados ao próprio São Marcos. Ele então se tornou o primeiro bispo de Alexandria e tem a honra de ser também o fundador do Cristianismo na África, conforme relata a história da Igreja Católica.
Ainda de acordo com Eusébio (Hist. Ecl. II 24.1), o sucessor de Marcos como bispo de Alexandria foi Aniano, no oitavo ano do imperador Nero (62-63 d.C.), provavelmente (mas não certamente) por conta de sua morte. Tradições coptas posteriores dizem que ele foi martirizado em 68 d.C.
A evidência de que o autor do Evangelho que tem o seu nome é Marcos vem de Pápias de Hierápolis, nos fragmentos de sua "Exposição dos oráculos do Senhor".

b. Informação bíblica e tradicional
Muita confusão já se criou por conta de mistura de Marcos, o evangelista, com João Marcos e o Marcos, primo de Barnabé. Esta mistura acabou provocando uma diminuição de importância de Barnabé, de um verdadeiro "Filho do Conforto" para um que favorece seus parentes sobre outros princípios. Foi para a casa de Maria, mãe de João Marcos, que Pedro retornou após ser libertado da prisão. Esta casa era o local de encontro dos primeiros cristãos, "muitos" dos quais estavam ali orando na noite em que ele foi libertado (Atos 12:12-17).
A mistura com João Marcos levou a diversas especulações. Uma o identifica como o homem que carregou água para a casa onde a Última Ceia foi realizada: E enviou dois dos seus discípulos, e disse-lhes: Ide à cidade, e um homem, que leva um cântaro de água, vos encontrará; segui-o” (Marcos 14:13). Já outra o identifica como sendo o jovem que correu nu quando Jesus foi preso no Jardim do Getsêmani: “E um certo jovem o seguia, envolto em um lençol sobre o corpo nu. E lançaram-lhe a mão. Mas ele, largando o lençol, fugiu nu” (Marcos 14:51-52). E elas podem até ser verdadeiras para João Marcos, uma vez que era na sua casa que se localiza o quarto superior (das reuniões), mas é improvável que tenha qualquer relação com o evangelista.
A Igreja Ortodoxa Copta mantém a tradição de que Marcos, o evangelista, foi um dos Setenta Discípulos enviados por Cristo, o que é confirmado pela lista de Hipólito. Porém, a Igreja Copta adotou a tradição que mistura as figuras de Marcos com João Marcos. Ela acredita que foi sim o evangelista que recebeu os discípulos em sua casa após a morte de Jesus, a mesma onde para onde foi o Jesus ressuscitado e onde também o Espírito Santo desceu nos discípulos no Pentecostes. Os coptas ainda defendem que Marcos era um dos servos das Bodas de Caná, o que despejou a água que Jesus transformou em vinho (João 2:1-11).
Ainda de acordo com a Igreja Copta, São Marcos nasceu em Cirene na Pentápolis, na antiga Líbia. Esta tradição acrescenta ainda que ele para lá retornou mais tarde, após ter sido enviado por São Paulo para Colossos (Colossenses 4:10 e Filemon 24:1 - passagens que tratam de Marcos, primo de Barnabé) e de ter servido com ele em Roma (2 Timóteo 4:11). Da Pentápolis ele seguiu para Alexandria. Quando Marcos retornou para Alexandria, os pagãos da cidade ficaram ressentidos com os seus esforços para converter os alexandrinos da religião tradicional helênica. Conta esta tradição que eles colocaram uma corda à volta de seu pescoço e o arrastaram pelas ruas até que estivesse morto.

c. Destino de suas relíquias
Em 828 d.C., relíquias que se acredita serem de São Marcos, foram roubadas em Alexandria por dois mercadores venezianos e levadas para Veneza, que tinha Teodoro de Amásia como padroeiro. Uma basílica foi construída para guardá-las, chamada de Basílica de São Marcos. Há um mosaico nela mostrando os marinheiros cobrindo as relíquias com carne de porco para que os muçulmanos, senhores de Alexandria, impedidos de tocar nela, não inspecionassem a carga.
Os coptas acreditam que a cabeça do santo permaneceu em Alexandria. Todos os anos, no trigésimo dia do mês de Paopi, a Igreja Ortodoxa Copta comemora a consagração da igreja de São Marcos e o aparecimento da cabeça do santo na cidade. Esta cerimônia ocorre na Catedral Ortodoxa Copta de São Marcos, onde a cabeça do santo está preservada.
Em 1063, durante a consagração da Basílica de São Marcos, as relíquias do santo não puderam ser encontradas. Porém, de acordo com a tradição, em 1094, o santo pessoalmente revelou a localização de seus restos mortais estendendo o braço a partir de um pilar . Estes restos recém-encontrados foram colocados num sarcófago na basílica.
Em junho de 1968, Papa Cirilo VI de Alexandria enviou uma delegação não oficial a Roma para receber uma relíquia de São Marcos do Papa Paulo VI. A relíquia era um pequeno pedaço de osso que havia sido presenteado ao Papa romano pelo Cardeal Urbani, Patriarca de Veneza. O Papa Paulo, endereçando a delegação, disse que o resto das relíquias do santo permanecerão na cidade.

08 - Apóstolo TIAGO ou São Tiago Maior
Tiago Maior (muito raramente, Santiago, o Grande), também chamadoTiago o Filho do Trovão ou Santiago de Compostela (martirizado em 44 da nossa Era), foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo. Foi feito santo e chamado Santiago Maior para diferenciá-lo de outro discípulo de Jesus, cujo nome era Tiago Menor, e ainda de Tiago, o Justo.

a. O nome do apóstolo Santiago
Os nomes Tiago e Jaime derivam indiretamente do latim Iacobus, por sua vez uma latinização do nome hebraico Jacob (aportuguesado em Jacó).
Com o decorrer do tempo, o nome evoluiu em diversas direções, consoante as línguas: manteve-se Jakob em alemão e noutras línguas nórdicas, James em inglês, Jacques em francês.
Na Península Ibérica há diferenças substanciais: Tornou-se Jaume ou Jaime (formas correntes no catalão). Jácome é adaptação antiga do italiano Giàcome, que subsiste como apelido pouco comum na Galiza e em Portugal. Há quem pensa que o nome Iago / Yago é a forma patrimonial das línguas do centro e ocidente da península Ibérica, mas isto é falso. As únicas formas patrimoniais em castelhano, que já aparecem registradas no Cantar del Mio Cid, são Yaguo e Yagüe, ambas com evolução fonética normal a partir do acusativo e do vocativo, respectivamente. O nome do santo nesta obra aparece como Santi Yaguo e, em função vocativa, Santi Yagüe (por exemplo, quando é usado como grito de guerra dos cristãos). A forma Yaguo parece ter desaparecido por completo, mas Yagüe ainda se conserva como apelido (por exemplo, em Madrid há uma rua dedicada ao General Yagüe).
No domínio lingüístico galego-português é impossível que Iago seja uma forma patrimonial, porque todos os primeiros latinos em posição inicial pré-vocálica (pronunciados [i] primeiro e [j] semivogal depois) dão lugar em romance à consoante fricativa sibilante pré-palatal ou palato-alveolar [ž] (IPA [ʒ]), assim já < iam, Janeiro < Ianuarius, jantar < iantare, jeito < iactus, João < Iohannes, jogo < iocus, junco < iuncus, etc., como se pode verificar em qualquer manual básico de história da língua. Portanto, o resultado esperado, a ter havido uma evolução do nome isolado, seria *Jago, *Jagó, *Jágovo, ou qualquer coisa semelhante. O que de fato ocorreu é que aqui a pressão conservadora da Igreja manteve unido o nome ao adjetivo, que evoluíram juntos como uma palavra: Santiago. A partir de Santiago, por via popular, produz-se a deglutinação lógica San-Tiago (São Tiago). É assim que nasce o nome próprio português e galego Tiago e é por isso que o nome do apóstolo é o padroeiro de múltiplas freguesias por todo o país aparecem abreviados nos textos escritos como São Tiago desde a mesma Idade Média.
O nome Iago / Yago entra nas línguas peninsulares, bem como no italiano, no século XIX e inícios do XX, devido à popularidade das personagens das óperas dramáticas e, em especial, líricas (por exemplo, Otelo, Aída, Carmen...). En concreto, Yago é um personagem da ópera Otelo (baseada na obra do mesmo título de Shakespeare), com libreto do Conde Berio e música de Rossini, que foi estreada em 1816. E Iago é apenas a adaptação escrita do nome às ortografias portuguesa e galega, que não usam a letra Y. Chega-se a consultar um bom dicionário da língua portuguesa como o Aurélio.

b. Santiago na Bíblia
Segundo o Novo Testamento, Tiago era filho de Zebedeu e Salomé, e irmão do apóstolo São João Evangelista.
Nasceu em Betsaida, Galiléia. Tal como o seu pai e o irmão o apóstolo João, era pescador no Mar da Galileia, onde trabalhava com André e Simão Pedro, de acordo com as seguintes passagens bíblicas: “E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes; E chamou-os; eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no” (Mateus 4: 21-22) e também: E, de igual modo, também de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. E disse Jesus a Simão: Não temas; de agora em diante serás pescador de homens” (Lucas 5-10). Tiago, Pedro e João seriam, de resto, os primeiros a abandonar tudo para seguirem a Jesus como seus discípulos: Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte” (Mateus 17- 1) e vejamos ainda em: E, entrando em casa, a ninguém deixou entrar, senão a Pedro, e a Tiago, e a João, e ao pai e a mãe da menina (Lc 8-51), tendo sido dos seus mais próximos colaboradores, ao participarem na Transfiguração, na agonia de Cristo no Monte das Oliveiras.
No evangelho de Mateus, conta-se que a mãe de ambos, Tiago e João, Salomé, em seu orgulho materno, pediu a Jesus que seus dois filhos, Tiago e João, fossem colocados um à direita e outro à esquerda, no Reino de Deus, porém Jesus lhe objetou: "Vós não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que eu hei de beber?", Os apóstolos responderam: "Podemos". "Pois bem, isso é verdade, concluiu Jesus, mas dar-vos o primeiro lugar no Reino, isso depende do meu Pai, que está no céu".
Segundo escreveu Marcos: E a Tiago, filho de Zebedeu, e a João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão” (3, 17), Tiago e João são chamados por Jesus como «Boanerges», isto é, Filhos do trovão. Isto se deu pelo fato que caracterizou a índole dele e de seu irmão João: ao chegar Jesus com sua comitiva à terra dos samaritanos, estes lhe interditaram a entrada. João e Tiago viram, neste fato, uma afronta a Cristo e exprimiram sua indignação com estas palavras: "Queres, Senhor, que mandemos cair fogo do céu sobre esta cidade, para consumi-la?" Jesus, porém os repreendeu dizendo: "Vós não sabeis de que espírito sois! O Filho do Homem não veio para perder, mas para salvar as almas" (Lc 9,54).
Segundo a bíblia é um dos discípulos mais íntimos de Jesus de Nazaré, já que em várias ocasiões onde Jesus só se fazia acompanhar por 3 apóstolos, era ele escolhido, junto a Pedro e João. Assim se deu na Transfiguração no Monte Tabor, por ocasião da ressurreição da filha de Jairo, e no Monte das Oliveiras, pouco antes da prisão de Jesus.
Tiago é citado entre os testemunhos da terceira aparição de Cristo após a sua morte e ressurreição, nas margens do lago de Tiberíades.
Pouco mais se sabe acerca de sua vida. A sua última aparição no texto bíblico mais aceito é a de que foi o primeiro apóstolo a morrer, e teria sido mandado decapitar por ordem de Herodes Agripa I, rei da Judeia, cerca do ano 44, em Jerusalém. É, aliás, o único apóstolo cuja morte vem narrada na Bíblia, nos Atos dos Apóstolos, 12, 1-2 («Ele (Herodes) fez perecer pelo fio da espada Tiago, irmão de João»).

c. Evangelização Hispânica
Muitos são os que crêem que Santiago tenha visitado a província romana da Hispania e pregado a doutrina cristã, logo após o episódio de Pentecostes. Na cidade de Saragoça, teria presenciado uma aparição de Maria, mãe de Jesus, que ainda vivia. Tal aparição, em cima de um pilar, originou o culto de Nossa Senhora do Pilar. Devido ao insucesso em evangelizar os pagãos da Península Ibérica, Tiago teria regressado à Judéia, onde foi martirizado. Os locais que terá passado em Portugal em vida incluem Braga, Guimarães e Rates, assim como em vários locais da Galiza, na Espanha.

d. A tumba de São Tiago em Compostela
Segundo uma tradição lendária, o seu corpo teria sido então transportado para aí, Galiza, e sepultado no lugar de Compostela (depois chamado, em sua honra, Santiago de Compostela). A partida terá acontecido no porto de Jaffa, perto de Jerusalém, dentro de uma "arca" de pedra" feito barco arrastado pelo, atravessou o Mediterrâneo e a Costa Portuguesa, e veio a desembarcar em Padrón, pertencente depois à diocese de Iria Flavia. No entanto, obviamente, não há provas que permitam corroborar com exatidão esta lenda a não ser, dizer que foi encontrado um túmulo dos tempos primórdios do cristianismo, por baixo da Catedral de Compostela, acompanhado de outros dois de cada lado. O que é mais significativo é que num deles tem visível um dos nomes dos dois discípulos de Santiago e que, segundo ela, ajudaram que essa façanha fosse possível.
Certo é que em 814, na Galiza, um eremita (seu nome Pelaio), seguindo uma revelação que tivera durante o sono, descobriu um túmulo contendo umas relíquias, e estas foram de imediato veneradas e associadas a Santiago, em virtude da lenda que afirmava que este se havia deslocado à Espanha para dar testemunho de Cristo. Sobre essa tumba viria a ser erguida a referida Catedral de Santiago de Compostela. Crensas do catolicismo romano.
Como depois outra lenda conta que logo depois teria surgido no céu durante a Batalha de Clavijo, montado a cavalo e espada na mão a apoiar as hostes cristãs contra os mouros, permitindo com esse gesto milagroso a vitória do rei Ramiro I contra estes últimos. Santiago tornou-se o santo patrono de toda a Espanha, da qual fazia parte a Galiza, Leão e Castela e mesmo o reino de Portugal que, nessa altura, ainda estava incluído nessa zona administrativa e era designado como condado Portucalense. Assim o seu santuário, em Santiago de Compostela, tornou-se um dos mais famosos locais de peregrinação do mundo cristão, sobretudo na Idade Média. Mais tarde, nos séculos XVII e XVIII, surge novo impulso dinamizado pelos efeitos da Contra-reforma, após concílio de Trento, em que houve uma vaga massiva de peregrinos que desembarcou nos portos atlânticos para o fazer a pé e a cavalo. O caminho de Santiago passou por isso a designar um conjunto de rotas, pejadas de albergues e hospícios dedicados ao santo, que cruzavam a Europa Ocidental e Portugal até Santiago de Compostela, através do Norte de Espanha.
Ainda hoje, dezenas de milhares de peregrinos se dirigem anualmente a Santiago de Compostela, considerada a terceira cidade mais sagrada no cristianismo depois de Jerusalém e Roma. No entanto não é de descorar a chamada de atenção de que a primeira fica no Oriente, a segunda ao centro, e esta fica muito perto ao "extremo" mais ocidental da terra cristã então conhecida (Finisterra).
De acordo com outras tradições, Santiago teria aparecido miraculosamente em vários combates travados em Espanha durante a Reconquista Cristã- Batalha de Clavijo, em 844 - sendo a partir de então apelidado de Matamoros (Mata-Mouros). Santiago y cierra España foi desde então o grito de guerra dos exércitos de Espanea. Santiago foi também protetor do exército Português, pelas razões explicadas acima, até a crise de 1383-1385, altura em que o seu brado foi substituído, oficialmente, pelo de São Jorge através da influência corte inglesa que então se tinha aliado a Portugal. Na prática os soldados portugueses continuaram a invocar Santiago nos seus combates, por razões de fé, tal como facilmente se pode verificar, por exemplo, lendo as descrições das Décadas da Ásia, de João de Barros.
Mais tarde, o escritor Cervantes registrou no seu Don Quixote de la Mancha, que Santiago Mata-Mouros é um dos mais valorosos santos e cavaleiros que o Mundo alguma vez teve; foi dado a Espanha por Deus, como seu patrono e para sua proteção.

e. A Ordem de São Tiago ou Santiago
No contexto da Reconquista, a Ordem Militar de Santiago foi fundada precisamente para combater os muçulmanos e guardar as fronteiras dos reinos cristãos da Península Ibérica, e a pertença à Ordem tornou-se uma grande dignidade. Mais tarde dividir-se-ia em dois ramos, um na Espanha, e o outro em Portugal.

f. Dia de celebração
Santiago é aceite como santo por todas as confissões cristãs. É festejado a 25 de Julho, pelas religiões Católica e Luterana. Os ortodoxos comemoram-no a 30 de Abril, os coptas a 12 de Abril, e os etíopes a 28 de Dezembro. A meados da Idade Média, passou a ser concedido aos católicos a indulgencia plenária pelos seus pecados que se dirigissem, em peregrinação e penitencia ao santuário de Sant´Iago de Compostela nos Anos Jubilares Compostelanos, quando o seu dia santo calhasse num Domingo.

g. Santo Patrono
Tiago, para além de Patrono da Galiza e da Espanha, é também o santo protetor de: Dos cavaleiros, dos peregrinos, das peregrinações e dos caminhos; do exército espanhol; de inúmeras profissões: camionistas, chapeleiros, fabricantes de peles, tanoeiros, farmacêuticos, alquimistas, veterinários…;  do Chile, da Guatemala e da Nicarágua, Colômbia, Cuba, México, Peru para além de inúmeras localidades ibero-hispanas; é também invocado para a prosperidade das macieiras e outras árvores de fruto e contra o reumatismo. Santo padroeiro de uma secção de escuteiros, os exploradores.

h. Iconografia
Na iconografia, Santiago possui três representações:
1 - Como apóstolo (em pé, descalço, de túnica, segurando a Bíblia);
2 - Como peregrino, sentado ou em pé, usando sandálias, túnica, chapéu, cabaça, manto, e aquele que se tornou o símbolo de Santiago por excelência – a vieira (chamada concha de Santiago), a qual era usada freqüentemente pelos peregrinos nos seus chapéus ou mantos – assim como um cajado, para auxiliar os peregrinos nas suas difíceis viagens por montes e vales.
3 - Por vezes surge como cavaleiro, representado em um cavalo branco com uma espada em uma das mãos e um estandarte na outra. Essa devoção surge após a Batalha de Clavijo, em 844. Ao longo da Idade Média passa a ser conhecido como Santiago, o mata mouros. A cruz com ponta de adaga torna-se um de seus símbolos.
4 - Na conquista hispânica na América, vê-se que a quarta devoção a São Tiago Maior. A iconografia de ma ta será readaptada, surgindo à figura de Santiago Mata-índios, que se tornará símbolo da conquista tanto de corpos quanto de almas no Novo Mundo.

09 - Apóstolo TIAGO ou São Tiago Menor
Tiago, filho de Alfeu, também conhecido como Santiago Menor (para distingui-lo de Santiago Maior), é referido pelos católicos romanos no Novo Testamento como um irmão do apóstolo Judas e filho de Maria, esposa de Cléofas. Segundo a Igreja Católica, foi o primeiro bispo de Jerusalém (anos 42 a 62 d.C) e o mesmo que escreveu a epístola canônica de São Tiago, uma das Epístolas do Novo Testamento. Alguns consideram que ele e Tiago, o Justo são a mesma pessoa.

a. Apostolado
Tiago consta da lista dos doze apóstolos, da mesma maneira que Santiago Maior: Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu” (Mt 10:3)  e em: E a André, e a Filipe, e a Bartolomeu, e a Mateus, e a Tomé, e a Tiago, filho de Alfeu, e a Tadeu, e a Simão o Zelote” (Mc 3:18), vejamos ainda em: Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote” (Lc 6:15) e em: E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, irmão de Tiago” (At 1:13). Também é mencionado quando sua suposta mãe aparece em na seguinte passagem bíblica: E também ali estavam algumas mulheres, olhando de longe, entre as quais também Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé” (Mc 15:40), onde lhe é dado o epíteto "o menor" (Almeida RA) ou "o mais jovem" (NVI), dependendo da versão, e em: Entre as quais estavam Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu” (Mt 27:56).

b. Tiago Apóstolo
Segundo o Evangelho de São Mateus (1) Jesus escolheu doze companheiros para seus discípulos. Simão (que foi chamado de Pedro) e seu irmão André, Tiago e seu irmão João, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago, Tadeu, Simão Cananeu e Judas Iscariotes. O próprio Jesus os chamou de apóstolos em: E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos” (Lc 6:13), palavra que em grego significa "enviados" e a eles coube a tarefa de iniciar a evangelização do mundo.
Tiago, irmão de João, é conhecido como Tiago Maior e após a crucificação de Cristo, teria saído em direção à península Ibérica na região da Galiza, para pregar o cristianismo. No entanto, poucos habitantes da região teriam se convertido. Não obtendo o resultado esperado Tiago teria voltado à Palestina.
No ano de 42 em Cesareia, Tiago foi perseguido por ordem do rei Herodes Agripa, que mandou prendê-lo, decapitá-lo e jogar os seus restos para os cães. Diz a lenda que esses restos foram recolhidos por dois de seus discípulos, Atanásio e Teodoro, e levados secretamente à Espanha, local onde Tiago havia manifestado o desejo de ser enterrado. Após sete dias de viagem, de barco, chegaram nas costas galegas de Iria Flávia(2), perto da atual vila de Padrón. Os discípulos de Tiago pediram permissão para a rainha Lupa, uma dama pagã rica e influente, que vivia na vila de Lupariou ou de Francos a pouca distância de Santiago de Compostela, para depositar os restos de sue mestre em seu feudo, mas ela não permitiu que o enterrassem em sua propriedade. No entanto, uma onda de milagres atribuídos a Tiago acabaram por convencê-la. Um desses milagres foi presenciado por ela e segundo a tradição foi este o motivo da sua conversão ao Cristianismo.
"A chamada rainha Lupa, simulando uma mudança de opinião, levou os dois discípulos ao Monte Iliciano, hoje conhecido como Pico Sacro, e ofereceu-lhes dois bois selvagens que viviam em plena liberdade e mais um carro para transportar os restos do apóstolo Tiago desde Padrón até Santiago. Os discípulos chegaram perto dos animais, que para assombro de Lupa, deixaram que lhes colocassem os arreios mansamente. Frente esta cena, Lupa decide abandonar as suas crenças e converter-se ao Cristianismo".
Muitos crêem que Tiago foi enterrado num lugar chamado Libredunnum, onde há muito tempo havia um cemitério romano, em 44 d.C.. Com as invasões bárbaras a queda do Império Romano e posteriormente, com as invasões muçulmanas, o túmulo acabou sendo "esquecido" ou perdido.

c. Ministério e morte
Flávio Josefo em sua obra Antiguidades Judaicas narra que um certo Tiago tomou para si o encargo de dirigir a Igreja de Jerusalém após a partida de Pedro e que participou ativamente do primeiro Concílio da Igreja, que tratava da questão da circuncisão e da pregação do evangelho para os pagãos, evento este que teria ocorrido por volta de 54 d.C.. De fato, tal tradição é reconhecida e confirmada por Eusébio de Cesaréia, que narra ter sido este apóstolo o líder da comunidade cristã daquele local por cerca de dezoito anos e que sua conduta piedosa e atuante provocou a fúria dos sacerdotes judeus, em especial o sumo sacerdote Anás II, que instigaram as turbas a trucidarem o apóstolo, apedrejando-o até a morte. Uma tradição relatada por Eusébio de Cesareia, esta menos confiável, nos conta que por não renegar e tampouco amaldiçoar o nome de Jesus foi atirado do Pináculo do Templo e que sobreviveu à queda, sendo consumado seu martírio com uma pá de pisoeiro.

d. Identificação de Tiago
Geralmente Santiago Menor é identificado como sendo o apóstolo Tiago, filho de Alfeu. Eusébio de Cesareia relata a tradição de identificá-lo chefe da igreja cristã primitiva em Jerusalém, com Tiago, o Justo. Veja a Epístola de Tiago.

10 - Apóstolo SIMÃO ou Simão, o Zelote
Simão, o Zelote ou Simão, o Cananeu, foi um dos discípulos de Jesus Cristo que fazia parte do grupo dos doze apóstolos. É referido como o Cananeu de acordo com o Livro de Mateus e como o Zelote no Livro de Lucas e em Atos dos Apóstolos.
A palavra grega Cananeu e a palavra Zelote, derivada do aramaico, significam a mesma coisa: "zeloso". Supõe-se por esse apelido que Simão pertencia à seita judaica conhecida como zelotes.
O momento no qual se ocorreu o chamamento de Simão para se unir aos apóstolos não é muito claro na Bíblia. Sabe-se apenas que foi convidado ao mesmo tempo que André, Simão Pedro, Tiago e João, filhos de Zebedeu, Judas Iscariotes e Judas Tadeu (Mateus 4:18-22).
Não se sabe ao certo qual teria sido o ministério de Simão posteriormente. Algumas tradições o colocam como grande auxiliador no estabelecimento do cristianismo no Egito, juntamente com São Marcos e São Filipe e na Síria. Sua pregação era bem parecida com a dos outros quatro Apóstolos que foram para o Oriente, tida por alguns como ascética e judaica, tal como aquelas preservadas na Epístola canônica de Judas.
Encontrou o martírio na cruz ou, segundo outras tradições menos seguras, pela fogueira, na Armênia. Mas a tradição católica diz que Simão foi martirizado sendo cortado ao meio vivo por um serrote.
a. Apóstolo de Jesus Cristo nascido na Galiléia, escolhido para ser um dos Doze, e nas várias listas dos Apóstolos dadas no Novo Testamento, é o mais desconhecido dos apóstolos. Nas listas dos 12 apóstolos, seu nome aparece em décimo primeiro lugar e, a seu respeito, a Sagrada Escritura conserva somente o nome, derivado de Simeão e significa Ouvido de Deus. Para distingui-lo de Pedro, que também se chamava Simão, os evangelistas Mateus e Marcos lhe deram o sobrenome de Zelote: Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote” (Lc 6:15) ou Cananeu. Os zelotes eram os patriotas de Israel, lutadores pela pátria, que desejavam a imediata libertação política e religiosa de Israel. Alguns estudiosos acreditam que Cananeu deriva de Canaã, a terra de Israel. Esse apelido pode significar tanto a cidade de origem, como a sua participação na seita ultranacionalista e não religiosa chamada de Os Zelotes, ou zeladores, conservadores das tradições hebraicas que lutavam para a libertação de Israel dos Romanos. Como os outros apóstolos também percorreram os caminhos da Palestina pregando o Evangelho. Da mesma forma que Felipe, parece ter ido primeiro ao Egito, seguindo a tradição sinóptica de que Jesus enviava seus discípulos aos pares. No entanto, parece ter voltado através da África do Norte, Espanha e Bretanha, chegando à Ásia Menor. Deste ponto pode ter viajado com Judas pela Mesopotâmia e Síria, se juntado a outros Apóstolos orientais na Pérsia. Segundo uma notícia de Egésipo, o apóstolo teria sofrido o  martírio durante o império de Trajano, contando já com a avançada idade de 120 anos. Sua festa votiva é celebrada juntamente com a de Judas Tadeu em 28 de outubro.

11 - Apóstolo JUDAS TADEUS ou São Judas Tadeu
Judas Tadeu é um santo cristão e um dos doze apóstolos de Jesus. Seus outros nomes são Judas Tadeus, Judas Lebeus e Judas, irmão de Tiago. Ele é também conhecido como São Tadeu (Greco Θαδδαος), soletrado como "Thaddæus" ou "Thaddaeus" em diferentes versões da Bíblia, e como São Matfiy (Фаддей, он же Иуда Иаковлев или Леввей, em russo) na tradição ortodoxa russa (junto com São Judas). Ele é às vezes identificado como sendo Judas, "irmão de Jesus, mas não deve ser confundido com Judas Iscariotes, também outro apóstolo, que traiu Jesus.
A Igreja Apostólica Armênia honra Tadeu juntamente com São Bartolomeu, como seu santo padroeiro e também responsável por ter levado o Cristianismo à Armênia. É o santo patrono das causas desesperadas e das causas perdidas, segunda as tradições da Igreja Católica Romana.
O atributo de São Judas é a maça. Ele também é geralmente mostrado nos ícones com uma chama à volta da cabeça, que representa a sua presença durante o Pentecostes, quando ele recebeu o Espírito Santo juntamente com os outros Doze apóstolos. Outro atributo comum é ver Judas Tadeu segurando uma imagem de Jesus Cristo, a imagem de Edessa. Em algumas ocorrências, ele pode ser visto segurando um rolo ou um livro (supostamente a Epístola de Judas) ou uma régua de carpinteiro.
a. Possível identificação com Judas, irmão de Jesus
Judas é claramente distinto de Judas Iscariotes, outro discípulo que seria o traidor de Jesus. Judas é uma tradução do nome Ιούδας do original grego do Novo Testamento, o que por sua vez é uma variante de Judá, um nome muito comum entre os judeus da época.
"Judas, filho de Tiago" ou "Judas de Tiago" (na Vulgata, "Iudam Iacobi et Iudam Scarioth qui fuit proditor") é mencionado apenas duas vezes no Novo Testamento, nas listas apostólicas de Lucas, no Evangelho e nos Atos dos Apóstolos. O Evangelho de João também menciona uma vez em: “Disse-lhe Judas (não o Iscariotes): Senhor, de onde vem que te hás de manifestar a nós, e não ao mundo” (João 14:22), um discípulo chamado "Judas (não o Iscariotes)", o que geralmente é aceito como sendo Judas Tadeu, embora alguns estudiosos vejam esta identificação como sendo incerta. A frase "Judas de Tiago" pode igualmente ser entendida como uma relação entre irmãos ou de pai e filho e, por isso, as opiniões se dividem sobre Judas, o apóstolo, ser a mesma pessoa que Judas, irmão de Jesus, que é mencionado em Marcos 6:3 (Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele) e Mateus 13:55-57 (juntamente com outros irmãos, inclusive Tiago, o Justo), (Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas? E não estão entre nós todas as suas irmãs? De onde lhe veio, pois, tudo isto? E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa) considerado pela tradição como sendo o autor da Epístola de Judas.
Alguns católicos acreditam que os dois Judas são a mesma pessoa, enquanto que os protestantes não.

b. Possível identificação com Tadeu
Nas listas apostólicas de Mateus e Marcos, não se fala em Judas, mas em Tadeu (ou, em alguns manuscritos de Mateus 10:3, "Lebeus, de sobrenome Tadeu"). Isto levou muitos cristãos desde os primeiros anos a harmonizar as listas propondo um "Judas Tadeu", conhecido por ambos os nomes. Esta proposta se torna ainda mais plausível pelo fato de que "Thaddeus" parece ter sido um apelido (veja Tadeu). Uma complicação adicional está no fato de que o nome "Judas" foi manchado por Judas Iscariotes. Já se argumentou que por isso não é surpreendente que Marcos e Mateus se refiram a ele por um outro nome.
Alguns estudiosos bíblicos rejeitam esta teoria, porém, defendendo que Judas e Tadeu não são a mesma pessoa. Outros então propuseram teorias alternativas para explicar a discrepância: uma substituição de um pelo outro ainda durante o ministério de Jesus por conta de uma suposta apostasia ou morte; a possibilidade que "doze" seria um número simbólico ou uma estimativa ou simplesmente que os nomes não foram preservados de forma exata pela igreja antiga.
Tadeu, o apóstolo, é ainda geralmente entendido como sendo distinto de Tadeu de Edessa, um dos Setenta Discípulos.
A tradição conta que São Judas pregou o Evangelho na Judéia, Samaria, Iduméia, Síria, Mesopotâmia e Líbia antiga. Acredita-se também que ele visitou Beirute e Edessa, embora o emissário desta última missão seja também identificado por outras fontes como sendo Tadeu de Edessa, um dos Setenta. Sua morte teria ocorrido junto com a de Simão, o zelote na Pérsia, onde teriam sido martirizados.
A lenda reporta ainda que São Judas teria nascido de uma família judaica em Paneas, uma cidade na Galileia que, quando foi posteriormente reconstruída pelos romanos, foi renomeada para Cesareia de Filipe. É quase certo que ele falava tanto o grego quanto o aramaico, assim como os seus contemporâneos naquela região, e que era um fazendeiro de profissão. Ainda de acordo com a lenda, São Judas era filho de Cleofas e sua esposa, Maria, uma irmã da Virgem Maria. Esta mesma tradição afirma que seu pai fora assassinado por sua devoção aberta e irrestrita ao Cristo ressuscitado.
Embora São Gregório, o Iluminador seja creditado como sendo o "Apóstolo dos Armênios", quando ele batizou o rei Tiridates III da Armênia em 301 d.C., convertendo os armênios, os apóstolos Judas e Bartolomeu são tradicionalmente acreditados como tendo pela primeira vez levado o cristianismo para a Armênia e são, por isso, venerados como santos padroeiros pela Igreja Apostólica Armênia. Ligada a esta tradição estão os mosteiros de São Tadeu (hoje no norte do Irã) e o São Bartolomeu (hoje no sudeste da Turquia), ambos tendo sido construídos no que então era parte da Armênia (província romana).
Suas relíquias se encontram supostamente na Basílica de São Pedro, em Roma, para onde teriam sido trasladadas e são veneradas até hoje.

12 - Apóstolo JOÃO ou São João Evangelista
São João Evangelista ou Apóstolo João, foi um dos doze apóstolos de Jesus, que escreveu além do Evangelho segundo João, também escreveu as três epístolas de João (1, 2, e 3) e o livro do Apocalipse. Há de se destacar aqui, a existência de uma controvérsia sobre o verdadeiro autor do Apocalipse, mas uma tradição representada por São Justino e amplamente difundida no século II Ireneu de Lyon, Clemente de Alexandria, Tertuliano, o Cânone Muratori), identifica o autor como sendo o apostolo João, o autor do quarto evangelho. Mas até o século V as igrejas da Síria, Capadócia e mesmo da palestina não pareciam ter incluído o apocalipse no cânon das escrituras, prova de que não o consideraram como obra do apostolo. Apresenta inegável parentesco com os escritos joaninos, mas também se distingue claramente deles por sua linguagem, seu estilo e por seus pontos de vista teológicos (referentes, sobretudo à parúsia de Cristo), comentário de introdução ao apocalipse na Bíblia de Jerusalém.
João seria o mais novo dos 12 discípulos, tinha provavelmente cerca de vinte e quatro anos de idade à altura do seu chamado por Jesus. Consta que seria solteiro e vivia com os seus pais em Betsaida. Era pescador de profissão, consertava as redes de pesca. Trabalhava junto com seu irmão Tiago Maior, e em provável sociedade com André e Pedro.
As heranças deixadas nos escritos de João demonstram uma personalidade extraordinária. De acordo com as descrições ele seria imaginativo nas suas comparações, pensativo e introspectivo nas suas dissertações e pouco falador como discípulo. É notório o seu amadurecimento na fé através da evolução da sua escrita.

a. Relação com Jesus
Foi manifesta nos livros da Bíblia a admiração de João por Jesus. Jesus chamou-lhe o Filho do Trovão e posteriormente ele foi considerado o “Discípulo Amado”.
Segundo os registros do "Novo testamento", João foi o apóstolo que seguiu com Jesus, na noite em que foi preso e foi corajoso ao ponto de acompanhar o seu Mestre até a morte na cruz.
A História conta que João esteve presente, e ao alcance de Jesus, até a última hora, e foi-lhe entregue a missão de tomar conta de Maria, a mãe de Jesus. Na visão Protestante, a Bíblia indica que Jesus não era filho único de Maria, conforme os seguintes oráculos: E, falando ele ainda à multidão, eis que estavam fora sua mãe e seus irmãos, pretendendo falar-lhe” (Mt 12.46) e também: Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?” (Mt 13:55), porém seria o mais velho e por isso teria a responsabilidade de cuidar de sua mãe após a morte de José.
Já a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa sustentam que Cristo não tinha irmãos carnais, pois no aramaico, antigo idioma utilizado por Jesus, as palavras que designavam irmãos eram utilizadas indistintamente para primos e outros parentes, devendo ser frisado de que Jesus falava aramaico, mas os evangelhos foram escritos em grego, idioma mais rico, o que pode ter gerado esta confusão, no momento da tradução.
Mais tarde, João esteve fortemente ligado a Pedro nas atividades iniciais do movimento cristão, tornando-se um dos principais sustentáculos da Igreja de Jerusalém. Foi o principal apoiador de Pedro, no Dia de Pentecostes. É tradição constante e ininterrupta que pregou na Ásia Menor, especialmente em Éfeso, onde teria encerrado o ministério com morte em idade muito avançada.

b. A Missão
Depois da morte e martírio de Tiago, o Justo (também conhecido como Irmão do Senhor), João teria se dirigido à Ásia Menor, onde dirigiu a importante e influente comunidade cristã de Éfeso, fundada por Paulo anos antes. João esteve várias vezes na prisão, foi torturado e exilado para a Ilha de Patmos, por um período de cerca de quatro anos, onde teria escrito o Apocalipse até que o cruel imperador Domiciano foi assassinado e o manso imperador Nerva chegasse ao poder em Roma.

c. O exílio
Em Patmos, ilha no leste do Mar Egeu, local onde fez o seu exílio, João escreveu o Livro da Revelação do Apocalipse. Acredita-se que este Livro da Revelação contém os fragmentos que sobreviveram de uma grande revelação, da qual se perderam grandes partes e outras partes foram retiradas, depois que João o escrevera. Apenas uma parte fragmentada foi preservada. Por outro lado, alguns teólogos e exegetas afirmam que o caráter fragmentário deste livro resulta de outros dois livros de Apocalipse que foram unidos, resultando no que conhecemos hoje, sendo que um deles já estaria escrito desde o tempo de Nero. João viajou muito, trabalhou incessantemente e, depois de tornar-se dirigente das igrejas da Ásia, estabeleceu-se em Éfeso. Orientou o seu colaborador, Natan, na redação do chamado “evangelho segundo João”, em Éfeso, aproximadamente no ano 90 D.C.

d. A morte
De todos os doze apóstolos, João Zebedeu finalmente tornou-se o mais destacado teólogo. Ele morreu de morte natural, em Éfeso, no ano 103 d.C., quando tinha 94 anos. Segundo o bispo Polícrates de Éfeso, em 190 (atestada por Eusébio de Cesareia na sua História Eclesiástica), o Apóstolo "dormiu" (faleceu) em Éfeso, local de sua tumba. Contudo, conta-se que a mesma estava vazia quando foi aberta por Constantino para edificar-lhe uma igreja.
Segundo algumas interpretações João era o apóstolo que Jesus mais amava. Ele tinha um enorme afeto pelo Senhor e vice-versa.

e. Controvérsia
Controvérsias são suscitadas baseadas nos próprios textos bíblicos que afirmam que este discípulo não passou pela morte, segundo a interpretação de alguns. “Com efeito, é possível ler: Em verdade vos digo que alguns há dos que aqui se encontram que de maneira nenhuma passarão pela morte até que vejam vir o Filho do Homem no seu Reino” (Mateus 16,28).
De outra parte, está também escrito nos Evangelhos: “Então, Pedro, voltando-se, viu que também o ia seguindo o discípulo a quem Jesus amava, o qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus e perguntara: "Senhor, quem é o traidor?”Vendo-o, pois, Pedro perguntou a Jesus: "E quanto a este?”Respondeu-lhe Jesus: "Se eu quero que ele permaneça até que eu venha que te importa? “Quanto a ti, segue-me.” Então, se tornou corrente entre os irmãos o dito de que aquele discípulo não morreria. Ora, "Jesus não dissera que tal discípulo não morreria", mas: "Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?”(João 21,18-25)
Interpretações teológicas, contudo, resolvem essa dificuldade bíblica como Jesus afirmando que ele deveria permanecer vivo até a Revelação final do cânon bíblico, o Apocalipse. A partir daí, sua morte ocorreria naturalmente, no tempo devido.

13 – Apóstolo JUDAS ISCARIOTES  o traidor
Judas Iscariotes, em hebraico יהודה איש־קריות, Yehudhah ish Qeryoth; em grego bíblico Iouda Iskariôth. Vejamos passagens bíblicas acerca de: E a Judas Iscariotes, o que o entregouMc 3:19); E Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor” (Lc 6:16) - ou Iouda Iskariotes foi um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo, que, de acordo com os Evangelhos, veio a ser o traidor que entregou Jesus Cristo aos seus capturadores por 30 moedas de prata. Era filho de Simão de Queriote (Jo 6:71 – E isto dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque este o havia de entregar, sendo um dos doze”). Judas, em grego Ioudas, é uma helenização do nome hebraico Judá (יהודה, Yehûdâh, palavra que significa "abençoado" ou "louvado"), sendo, por sinal, o nome de apóstolo que mais vezes aparece nos Evangelhos (vinte vezes) depois do de Simão Pedro.

a. Etimologia de Iscariotes
São várias as explicações etimológicas que, ao longo dos tempos, foram surgindo para o nome "Iscariotes". A mais provável é uma conotação política, ligando-o ao grupo dos sicários, uma ramificação do grupo dos zelotes que perpetrava violentos ataques – geralmente com punhais, e daí o seu nome latino de sicari – contra as forças romanas na Palestina. Por isso, se argumenta que Judas Iscariotes, alegadamente, teria sido um membro deste grupo e que o seu nome seria a transliteração de homem do punhal, em hebraico ish sicari. Outros derivam o seu nome do aramaico saqar, palavra que significava alguém "mentiroso", que é "falso".
Outra possibilidade é que Iscariotes fosse usado como apelido, em hebraico ish Qeryoth, que significa homem de Queriote. (Jo13:26 – Jesus respondeu: É aquele a quem eu der o bocado molhado. E, molhando o bocado, o deu a Judas Iscariotes, filho de Simão”) Também, podia ser designado filho/descendente/natural de Queriote. Queriote – de acordo com a interpretação inicialmente veiculada por São Jerônimo – seria o nome simplificado da aldeia, ou mais provavelmente um conjunto de aldeias, de Queriote-Ezron (Josué 15:21) – nome que significa "cidades de Ezron" – localizada na província romana da Judéia (no território da Tribo de Judá) e que é comumente identificada com a moderna Qirbet el-Qaryatein, situada a cerca de 20 km a Sul de Hebron.

b. Aspectos religiosos e históricos segundo os Evangelhos Canônicos
1. O seguimento apostólico
Judas Iscariotes foi escolhido como um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo, sendo apresentado, na listagem dos seus nomes, sempre em último lugar (Mateus 10, 2-4; Marcos 3, 16-19; Lucas 6, 13-16). Mais tarde, ele tornou-se infiel e iníquo, conforme apresentado no Novo Testamento. Era o encarregado da bolsa do dinheiro dos apóstolos: ”tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava” (João 12, 6). Teria demonstrado exteriormente a sua fraqueza na cena da unção com óleo perfumado em Betânia, onde testemunhou que estava mais apegado ao dinheiro do que propriamente aos gestos concretos com que Jesus demonstrava a sua missão (João 12, 1-6).
Embora os Evangelistas digam claramente que ”Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar” (João 6, 64) e tivesse sido, de algum modo, aduzido e predito, caso se leia o Salmo 55 como uma referência ao que viria a suceder com Jesus, que o traidor seria um "amigo íntimo" – ”Pois não era um inimigo que me afrontava; então eu o teria suportado […] Mas eras tu, homem meu igual, meu guia e meu íntimo amigo” (Salmo 55, 12-13) -, não é certo nem correto afirmar-se que estivesse predestinado quem seria o traidor.

2. A traição
Judas entregou Jesus por 30 moedas de prata (MT 27:3 – “Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos”), que provavelmente seriam siclos e não denários como freqüentemente se julga e afirma. Esse era o preço de um escravo (Êx 21:32 – “Se o boi escornear um servo, ou uma serva, dar-se-á trinta siclos de prata ao seu senhor, e o boi será apedrejado”). De acordo com o autor do Evangelho de Mateus, os principais sacerdotes decidiram não colocar essas moedas no Tesouro do Templo de Jerusalém, mas, em vez disso compraram um terreno no exterior da cidade para sepultar defuntos (Mateus 27:6-7 – “E os príncipes dos sacerdotes, tomando as moedas de prata, disseram: Não é lícito colocá-las no cofre das ofertas, porque são preço de sangue. E, tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo de um oleiro, para sepultura dos estrangeiros”). Segundo Zacarias, profeta do Antigo Testamento, a vida e o ministério do prometido Messias (ou Cristo) seria avaliado em 30 moedas de prata (Zacarias 11, 12-13). Isto significava que, segundo a leitura dos acontecimentos feita pelo evangelista Mateus, os líderes religiosos judaicos foram induzidos a avaliar a vida e ministério de Jesus de Nazaré como dotada de bem pouco valor.
A motivação da sua ação é justificada ou explicada, nos Evangelhos, de diferentes modos. Assim, nos Evangelhos mais antigos, os de Mateus e de Marcos, tal deveu-se à sua avareza (Mateus 26, 14-16; Marcos 14, 10-11). Já nos Evangelhos de Lucas e de João o seu procedimento é subordinado à influência direta de Satanás (Lucas 22, 3; João 13:2. 27) sobre as suas ações.

c. O Suicídio de Judas
Os autores do Novo Testamento, relendo a luz da sua Fé as escrituras do Antigo Testamento, procuraram, de algum modo, mostrar que a morte de Judas fora análoga à que as Escrituras apresentavam para o "desesperado" (II Samuel 17:23: “Vendo Aitofel que se não tinha seguido o seu conselho, albardou o jumento, e levantou-se, e foi para sua casa [...], se enforcou e morreu”) e para o "ímpio" (Sabedoria 4:19: “Em breve os ímpios tornar-se-ão cadáver sem honra, objeto de opróbrio para sempre entre os mortos: o Senhor os precipitará de cabeça para baixo, sem que digam palavra, e os arrancará de seus fundamentos. Serão completamente destruídos, estarão na dor e sua memória perecerá”).
Assim, no caso do Mateus 27:5 se relata que Judas Iscariotes ao sentir remorsos decide suicidar-se por enforcamento: “E Judas, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar”, e no livro dos Atos 1:18, o seu autor conta que caiu de cabeça para baixo, rebentando ruidosamente nos rochedos pelo meio: “Adquiriu um campo com o salário de seu crime. Depois tombando para frente arrebentou ao meio e todas as vísceras se derramaram”. Procurando-se harmonizar e combinar os dois relatos da sua morte pode-se dizer que Judas se terá enforcado, mas que a corda - ou o ramo da árvore onde esta estava atada - se terá quebrado. A vaga por ele deixada - segundo Atos 1:26 - foi preenchida por Matias.

d. Perspectiva islâmica
Existe uma lenda de que Judas (segundo outros autores, seria Simão de Cirene) teria sido crucificado no lugar de Jesus Cristo. A "teoria da substituição" aparentemente se fundamentaria no Alcorão (ou Corão): “E por os judeus dizerem: "Matamos o Messias, Jesus, filho de Maria, o Mensageiro de Alá Deus", embora não sendo, na realidade, certo que o mataram, nem o crucificaram, senão que isso lhes foi simulado. E aqueles que discordam, quanto a isso, estão na dúvida, porque não possuem conhecimento algum, abstraindo-se tão-somente em conjecturas; porém, o fato é que não o mataram” (Alcorão, surata 4 § 157).
Mas a explicação mais coerente da Surata 4 § 157, à luz de todos os textos do Alcorão, é que os judeus eram incapazes de se gloriarem de terem matado Jesus, porque efetivamente era Deus quem estava no controle dos acontecimentos e quem permitiu que Jesus Cristo morresse numa Cruz. A "Teoria da Substituição" não é mais do que uma tentativa de harmonizar a declaração de que Jesus não foi crucificado (na frase idiomática wa-lakin shubbiha lahum) com a descrição dos Evangelhos sobre a sua crucificação. Na verdade, nenhuma destas histórias tem apoio no Alcorão ou das Tradições Islâmicas autênticas, apoiando-se, isso sim, sobretudo, nos escritos polemistas do cosmógrafo do século XIV, ad-Dimashqï (Ref. "Encyclopedia Britannica", "Judas").

e. O Evangelho de Judas
O Evangelho de Judas é um evangelho apócrifo, atribuído a autores gnósticos nos meados do século II, composto de 26 páginas de papiro escrito em copta dialectal que revela as relações de Judas com Jesus Cristo sob uma outra perspectiva: Judas não teria traído Jesus, e sim, atendido a um pedido deste ao denunciá-lo aos romanos.
Desaparecido por quase 1700 anos, a única cópia conhecida do documento foi publicada em 6 de abril de 2006, pela revista National Geographic. O manuscrito, autenticado como datando do século III ou IV (220 a 340 D.C.), é uma cópia de uma versão mais antiga redigida em grego. Contrariamente à versão dos quatro Evangelhos oficiais, este texto clama que Judas era o discípulo mais fiel a Jesus, e aquele que mais compreendia os seus ensinamentos. O seu conteúdo consiste basicamente em ensinamentos de Jesus para Judas, apresentando informações sobre uma estrutura hierárquica de seres angelicais e uma outra versão para a criação do universo.

14 – Apóstolo MATIAS (Bíblia) o substituto
Segundo a Bíblia, Matias foi o discípulo escolhido para substituir Judas Iscariotes como apóstolo de Jesus Cristo. Conforme o relato da Bíblia, logo no capítulo inicial dos Atos dos Apóstolos, após a morte e ascensão de Jesus ao céu, o apóstolo Pedro, observou que o Rei Davi escrevera no Salmo 109:8 (segundo apresentado nas seguintes traduções):
"Tome outro seu cargo de superintendência" - NM - Tradução do Novo Mundo
"Tome outro o seu bispado" - Novo Testamento, Salmos e Provérbios da Sociedade Bíblica do Brasil
Pedro aplicou esta declaração das Escrituras Hebraicas à necessidade de substituir Judas que se havia tornado traidor. Assim, propôs aos aproximadamente cento e vinte discípulos reunidos que a vaga fosse preenchida. A congregação referiu os nomes de José Barsabás e Matias como hipóteses para a escolha. Depois de orarem em conjunto, lançaram sortes e Matias foi escolhido. Esta ocorrência, apenas poucos dias antes do derramamento do espírito santo, no dia de Pentecostes do ano 30 ou 33 EC, consoante as opiniões de alguns estudiosos, foi a última ocasião mencionada na Bíblia em que se recorreu a sortes para se saber a escolha de Deus num determinado assunto.
Segundo as palavras de Pedro registradas em Atos 1:23-26 (E apresentaram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias. E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido, Para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar. E, lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E por voto comum foi contado com os onze apóstolos), Matias havia sido seguidor de Jesus durante os três anos e meio do seu ministério e havia estado intimamente associado com os apóstolos. Provavelmente era um dos setenta discípulos ou evangelistas que Jesus enviou para pregar, segundo o relato de Lucas 10:1 (E depois disto designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir). Após a sua escolha, ele foi "contado com os onze apóstolos" pela congregação e quando o livro de Atos logo depois fala dos "apóstolos" ou dos "doze", isso incluía Matias.

a. Outras referências históricas
De acordo com Nicéforo[desambiguação necessária], Matias primeiro pregou o Evangelho na Judéia, seguindo para a Etiópia e, posteriormente, se dirigiu para região da Cólquida (agora conhecida como Geórgia Caucasiana), onde foi crucificado. Um marco localizado nas ruínas da fortaleza romana de Gônio, atual Apsaros, nas modernas regiões georgianas de Adjara indicam que Matias está sepultado naquele lugar.

b. A Sinopse de Doroteu contém esta tradição:
"Matthias in interiore Æthiopia, ubi Hyssus maris portus et Phasis fluvius est, hominibus barbaris et carnivoris praedicavit Evangelium. Mortuus est autem in Sebastopoli, ibique prope templum Solis sepultus."
Cuja tradução é:
"Matias pregou o Evangelho aos bárbaros e canibais no interior da Etiópia, onde a Baía de Hyssus se encontra, na foz do Rio Fásis. Ele faleceu em Sebastopólis e está sepultado aqui, próximo ao Templo do Sol."
Um trecho dos Atos Coptas de André e Matias localiza sua atividade similarmente na "Cidade dos Canibais", na Etiópia. Alternativamente, outra tradição, menos confiável, menciona que Matias foi enterrado em Jerusalém pelos judeus, onde teria sido decapitado.
Já a tradição, narrada por Hipólito de Roma, informa que Matias teria morrido em idade avançada em Jerusalém.

15 – Apóstolo PAULO ou Paulo de Tarso
Paulo de Tarso, também chamado de Apóstolo Paulo, Saulo de Tarso e São Paulo foi um dos mais influentes escritores do cristianismo primitivo, cujas obras compõem parte significativa do Novo Testamento. A influência que exerceu no pensamento cristão, chamada de "paulinismo", foi fundamental por causa do seu papel como proeminente apóstolo do Cristianismo durante a propagação inicial do Evangelho pelo Império Romano.
Conhecido como Saulo antes de sua conversão, ele se dedicava à perseguição dos primeiros discípulos de Jesus na região de Jerusalém. De acordo com o relato na Bíblia, durante uma viagem entre Jerusalém e Damasco, numa missão para que, encontrando fiéis por lá, "os levasse presos a Jerusalém", Saulo teve uma visão de Jesus envolto numa grande luz. Ficou cego, mas recuperou a visão após três dias e começou então a pregar o Cristianismo.
Juntamente com Simão Pedro e Tiago, o Justo, ele foi um dos mais proeminentes líderes do nascente cristianismo. Era também cidadão romano, o que lhe conferia uma situação legal privilegiada.
Treze epístolas no Novo Testamento são atribuídas a Paulo, mas a sua autoria em sete delas é contestada por estudiosos modernos. Agostinho desenvolveu a idéia de Paulo que a salvação é baseada na fé e não nas "obras da Lei". A interpretação de Martinho Lutero das obras de Paulo influenciou fortemente sua doutrina de "sola fide".
A conversão de Paulo mudou radicalmente o curso de sua vida. Através de suas atividades missionárias e obras, Paulo eventualmente transformou as crenças religiosas e a filosofia na região da bacia do Mediterrâneo. Sua liderança, influência e legado levaram à formação de comunidades dominadas por grupos gentios que adoravam o Deus de Israel, aderiam ao código moral judaico, mas que abandonaram o ritual e as obrigações alimentares da Lei Mosaica por causa dos ensinamentos de Paulo sobre a vida e obra de Jesus e seu "Novo Testamento", fundamentados na morte de Jesus e na sua ressurreição.

a. A Bíblia não relata a morte de Paulo.
Conversão do procônsul Sérgio Paulo, de quem Saulo pode ter tomado emprestado o nome.
A principal fonte para informações históricas sobre a vida de Paulo são as pistas encontradas em suas epístolas e nos Atos dos Apóstolos. Os Atos recontam a carreira de Paulo, mas deixam de fora diversas partes de sua vida, como a sua alegada execução em Roma.
Estudiosos como Hans Conzelmann e o teólogo John Knox (não deve ser confundido com John Knox do século XVI), disputam a confiabilidade histórica dos Atos dos Apóstolos. O relato do próprio Paulo sobre seu passado está principalmente na Epístola aos Gálatas. De acordo com alguns acadêmicos, o relato dos "Atos" sobre a visita de Paulo a Jerusalém, em Atos 11:27-30 (E naqueles dias desceram profetas de Jerusalém para Antioquia. E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César. E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo), contradiz o relato nas epístolas paulinas. Outros consideram o relato de Paulo nas epístolas como sendo mais confiável do que os encontrados nos "Atos".

b. Nomes do Apóstolo
O nome original de Paulo era "Saulo" (em hebraico: שָאוּל- Sha'ul; tiberiano: Šāʼûl - "o que se pediu, o que se orou por" e traduzido em grego antigo Σαούλ - Saul - ou Σαλος - Saulos), nome que divide com o bíblico Rei Saul, um outro benjaminita e primeiro rei de Israel, que foi sucedido pelo Rei Davi, da tribo de Judá. Segundo suas próprias palavras, era um fariseu.
O uso de "Paulo" (em grego: Παλος - Paulos; em latim: Paulus ou Paullus - "baixo"; "curto") aparece nos "Atos" pela primeira vez quando ele começou sua primeira jornada missionária em território desconhecido. Em Atos 13:6-13 (E, havendo atravessado a ilha até Pafos, acharam um certo judeu mágico, falso profeta, chamado Barjesus, O qual estava com o procônsul Sérgio Paulo, homem prudente. Este, chamando a si Barnabé e Saulo, procurava muito ouvir a palavra de Deus. Mas resistia-lhes Elimas, o encantador (porque assim se interpreta o seu nome), procurando apartar da fé o procônsul. Todavia Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo, e fixando os olhos nele, Disse: O filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor? Eis aí, pois, agora contra ti a mão do Senhor, e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo. E no mesmo instante a escuridão e as trevas caíram sobre ele e, andando a roda, buscava a quem o guiasse pela mão. Então o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado da doutrina do Senhor. E, partindo de Pafos, Paulo e os que estavam com ele chegaram a Perge, da Panfília. Mas João, apartando-se deles, voltou para Jerusalém), Paulo aparece, juntamente com Barnabé e João Marcos, conversando com Sérgio Paulo, um oficial romano em Chipre que será convertido por ele. Paulus era um sobrenome romano e alguns argumentam que Paulo o adotou como seu primeiro nome. Outra teoria, apontada pelo Vaticano, afirma que era costume para os judeus romanizados da época adotarem um nome romano e o pai de Paulo provavelmente quis agradar a família dos Pauli. Por fim, há ainda os que consideram possível a homenagem a Sérgio Paulo e mais provável que a mudança esteja mais relacionada a um desejo do apóstolo em se distanciar da história do Rei Saul, que perseguiu Davi.

c. Antes da conversão
Em "Atos dos Apóstolos", Paulo afirma ter nascido em Tarso (na província de Mersin, na parte meridional da Turquia central) e faz breves menções à sua família. Um sobrinho é mencionado em Atos 23:16 (E o filho da irmã de Paulo, tendo ouvido acerca desta cilada, foi, e entrou na fortaleza, e o anunciou a Paulo) e sua mãe é citada entre os que moram em Roma em Romanos 16:13 (Saudai a Rufo, eleito no Senhor, e a sua mãe e minha). É ali também que o apóstolo confessa que “Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, os entregava à prisão” (Atos 8:3).
Mesmo tendo nascido em Tarso, foi criado em Jerusalém, "aos pés de Gamaliel", que é considerado um dos maiores professores nos anais do Judaísmo" e cujo equilibrado conselho em Atos 5:34-39, para que os judeus se contivessem na fúria contra os discípulos, contrasta com a temeridade de seu estudante que, após a morte de Estevão, saiu num rompante perseguindo os "santos".

d. Conversão e a sua missão
A conversão de Paulo pode ser datada entre os anos de 31 e 36, pela referência que ele fez em uma de suas epístolas. De acordo com os "Atos dos Apóstolos", sua conversão (metanoia) ocorreu na "estrada para Damasco", onde ele afirmou ter tido uma visão de Jesus ressuscitado que o deixou temporariamente cego.

e. Testemunho pós-conversão
Nos versículos iniciais da Epístola aos Romanos, Paulo nos dá uma litania de sua própria alegação apostólica e de suas convicções pós-conversão sobre a ressurreição de Cristo.
Os seus próprios textos nos dão alguma idéia sobre o que ele pensava de sua relação com o Judaísmo. Se por um lado se mostrava crítico, tanto teologicamente quanto empiricamente, das alegações de superioridade moral ou de linhagem dos judeus, por outro defendia fortemente a noção de um lugar especial reservado aos filhos de Israel.
Ele ainda afirmou que recebeu as "boas novas" não de qualquer um, mas através de uma revelação pessoal de Jesus Cristo. Por isso, ele se entendia independente da comunidade de Jerusalém (possivelmente no Cenáculo), embora alegasse sua concordância com ela no que tangia ao conteúdo do Evangelho. O que é mais impressionante nesta conversão é a mudança na forma de pensar que ocorreu. Ele teve que mudar seu conceito sobre quem o Messias era e, particularmente, aceitar a idéia então absurda de um Messias crucificado. Ou talvez o mais difícil tenha sido a mudança de seus conceitos sobre a superioridade dos judeus. Ainda há debates sobre se Paulo já se considerou como o veículo de evangelização dos gentios no momento de sua conversão ou se isto se deu mais tarde.

f. Primeiros anos de ministério
Após a sua conversão, Paulo foi para Damasco, onde os "Atos" afirmam que foi curado de sua cegueira e batizado por Ananias de Damasco. Paulo afirma em 2 Coríntios 11:32 (Em Damasco, o que governava sob o rei Aretas pôs guardas às portas da cidade dos damascenos, para me prenderem) que foi em Damasco que ele escapou por pouco da morte, indo em seguida primeiro para a Arábia e depois de volta para Damasco. Esta viagem de Paulo para a Arábia não é mencionada em nenhum outro lugar no Novo Testamento e alguns autores acreditam que ele tenha na realidade viajado até o Monte Sinai para meditar no deserto. Ele descreve em Gálatas como, três anos após a sua conversão, ele viajou para Jerusalém, onde se encontrou com Tiago, o Justo, e ficou com Simão Pedro por 15 dias.
A narrativa em Gálatas continua afirmando que, quatorze anos após a sua conversão, ele foi de novo a Jerusalém. Não se sabe exatamente o que aconteceu neste período, conhecido como "anos desconhecidos", mas tanto os Atos quanto os Gálatas nos dão algumas pistas. Ao final deste período, Barnabé foi ao encontro de Paulo e o trouxe de volta para Antioquia. O autor F. F. Bruce sugeriu que os quatorze anos pode ser contado a partir da conversão de Paulo ao invés de sua primeira visita a Jerusalém.
Quando uma grande fome ocorreu na Judéia, Paulo e Barnabé viajaram para Jerusalém para entregar a ajuda financeira da igreja de Antioquia. De acordo com os Atos, Antioquia já tinha se tornado um centro importante para os fiéis após a dispersão dos crentes que se seguiu ao martírio de Estevão e foi lá que os seguidores de Jesus foram, pela primeira vez, chamados de cristãos.

Primeira viagem missionária

g. Primeira viagem.
Nos Atos, relatam-se três viagens de Paulo: a primeira, liderada primeiro por Barnabé, levou Paulo de Antioquia até Chipre, passando depois pela Ásia Menor (Anatólia) e de volta a Antioquia. Em Chipre, Paulo refuta e cega Elimas, o mago, que estava criticando seus ensinamentos. Deste ponto em diante, Paulo é descrito como sendo o líder do grupo.

Segunda viagem missionária

h. Segunda viagem - Concílio de Jerusalém
Paulo partiu para sua segunda viagem de Jerusalém, onde estava sendo realizado o concílio com os outros apóstolos no qual a obrigatoriedade da circuncisão foi retirada. A maior parte dos acadêmicos concorda que houve uma reunião vital entre Paulo e a igreja de Jerusalém em algum momento entre os anos de 48 e 50, descrita em Atos 15:2 (Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, sobre aquela questão) e geralmente entendido como o mesmo evento mencionado por Paulo em Gálatas 2:1 (Depois, passados catorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo Tito). A principal questão discutida ali foi se os gentios convertidos precisavam ou não ser circuncidados, conforme o relato nos Atos e em Gálatas. Paulo alega em sua epístola que terá sido neste encontro que Pedro, Tiago e João aceitaram a missão de Paulo aos gentios.
Com o objetivo de levar a Antioquia o resultado do concílio, os fiéis realizaram uma eleição para escolher dois mensageiros que acompanhariam Paulo e Barnabé nessa missão. Os eleitos então foram Silas e Judas, "chamado Barsabás".
Paulo, Barnabé, Judas e Silas partiram então de Jerusalém levando os decretos dos apóstolos aos fiéis em Antioquia e nas províncias romanas da Síria e Cilícia. Chegando a Antioquia, eles cumprem a missão que lhes foi dada, sendo que Judas retorna para Jerusalém e desaparece da história, enquanto Silas permanece na cidade.

i. Discussão de Paulo e Barnabé
Em Antioquia, Paulo e Barnabé tiveram uma dura discussão sobre se deveriam levar João Marcos com eles. Nos Atos, é mencionado que o menino já os tinha deixado em uma viagem anterior para retornar para casa. Paulo acreditava que ele ainda não estava pronto para este tipo de evangelização e, por isso, ele e Barnabé decidiram se separar. Barnabé acabou levando João Marcos consigo e Silas se juntou a Paulo.
Paulo e Silas viajaram para diversas cidades diferentes, como Tarso, Derbe e Listra (todas na Ásia Menor). Nesta última, eles encontraram Timóteo, um discípulo que tinha uma boa reputação, e decidiram levá-lo com eles. Em Filipos (na Grécia), uma multidão incitada por homens insatisfeitos com a conversão de uma escrava que dava muitos lucros aos seus patrões com suas adivinhações se insurgiu contra os missionários, açoitando e prendendo Paulo e Silas. Após um milagroso terremoto, os portões da prisão se abriram e os dois puderam escapar o que levou por sua vez à conversão do carcereiro. Eles seguem então para Bereia, de onde Paulo segue para Atenas, deixando ali Silas e Timóteo. Na capital grega, Paulo prega no areópago contra os muitos ídolos que encontra, converte Dionísio, o Areopagita e parte.
Por volta de 50 a 52, Paulo passou 18 meses em Corinto, onde reencontrou Timóteo e Silas. A referência nos Atos ao procônsul Gálio permite inferir a data (vide Inscrição de Gálio). Lá ele trabalhou com Silas e Timóteo e Paulo conheceu Priscila e Áquila, que se tornaram fiéis crentes e ajudaram Paulo em suas viagens missionárias. A dupla seguiu Paulo e seus companheiros até Éfeso e o grupo permaneceu ali para iniciar aquela que seria a mais forte e fiel igreja cristã daquele tempo. A cidade foi um importante centro da cristandade a partir do ano 50. Em 52, os missionários viajaram para Cesareia Mazaca para cumprimentar a igreja que se formara ali, viajando em seguida para o sul até Antioquia, descansando ali por um ano antes de iniciarem uma terceira viagem missionária.

Terceira viagem missionária

j. Terceira viagem.
Paulo iniciou sua terceira viagem missionária passando por toda a região da Galácia e da Frígia para reforçar a fé e ensinar para os fiéis, além de repreender os que estavam em erro. Quando ele chegou em Éfeso, ficou ali por pouco menos de três anos e realizou uma série de milagres, como curas e exorcismos. O apóstolo seguiu então para a Macedônia, passando novamente por Corinto, onde permaneceu por três meses. Quando ele estava pronto para retornar para a Síria, mudou de idéia por conta de um plano que os judeus tinham feito contra sua vida, voltando então para a Macedônia e terminando sua viagem em Cesareia.
Embora Paulo tenha escrito sobre uma visita que fez a Illyricum, ele estava se referindo ao que hoje chamamos de Illyria Graeca, parte da província romana da Macedônia, onde hoje está atualmente a Albânia.

k. Viagem a Roma
Paulo e seus companheiros seguiram então para Roma, naquela que foi provavelmente a última das viagens missionárias, em 60. A viagem começou em Jerusalém, onde os irmãos foram recebidos em festa. Lá, Paulo foi espancado e quase morto, preso e enviado para Cesareia Marítima, onde esteve detido durante aproximadamente um ano e meio. Foi transferido depois para Roma, a seu pedido, e solto após o comandante saber que ele era um cidadão romano. Paulo passou então a pregar na capital imperial.

l. O Incidente em Antioquia
Apesar do acordo encontrado no Concílio de Jerusalém, como tinha entendido Paulo, o apóstolo relata como ele depois confrontou publicamente Pedro, no que ficou conhecido como "Incidente em Antioquia", por causa da relutância dele em realizar suas refeições com os cristãos gentios em Antioquia.
Escrevendo depois sobre o incidente, relata ter dito a Pedro e os demais presentes “Se tu, sendo judeu, vives como gentio, e não como judeu, como obrigas os gentios a viver como os judeus?” (Gálatas 2:11-14). Paulo também menciona que até mesmo Barnabé, seu companheiro de viagem até aquele momento, ficou do lado de Pedro.
O resultado final do incidente permanece incerto. A Enciclopédia Católica afirma que "o relato de Paulo sobre o incidente não deixa dúvidas de que Pedro viu justiça na reprimenda". Em contraste, a obra "From Jesus to Christianity", de L. Michael White, alega que "o confronto com Pedro foi um falha completa, uma bravata política, e Paulo logo deixou Antioquia como persona non grata para nunca mais voltar".

m. Visitas a Jerusalém nos Atos e nas Epístolas
Esta tabela foi adaptada da obra de White, From Jesus to Christianity. Este pareamento entre as viagens de Paulo como narradas nos Atos e nas Epístolas não são consenso entre os acadêmicos.
Atos dos Apóstolos
Epístolas
Primeira visita a Jerusalém
"Decorridos muitos dias" da conversão em Damasco
Prega abertamente em Jerusalém com Barnabé
Encontra os apóstolos
Primeira visita a Jerusalém
Três anos após a conversão de Damasco
Vê apenas Pedro (Cefas) e Tiago
Segunda visita a Jerusalém
Levando a ajuda financeira por conta da fome
Há um debate sobre se a viagem de Paulo em Gálatas 2 se refere à visita para ajudar na fome ou sobre o Concílio de Jerusalém. Se for à primeira, então esta é a visita feita «depois de quatorze anos» (Gálatas 2:1).
Terceira visita a Jerusalém
com Barnabé
Seguida pelo confronto com Barnabé em Antioquia sobre João Marcos
Outra visita a Jerusalém 14 anos depois (após a conversão de Damasco?)
Com Barnabé e Tito
possivelmente o "Concílio de Jerusalém"
Paulo concorda em "se lembrar dos pobres"
Seguida pela confrontação com Pedro e Barnabé em Antioquia
Quarta visita a Jerusalém
Para cumprimentar a igreja
Aparentemente não é mencionada.
Quinta visita a Jerusalém
Após uma ausência de muitos anos
Para "trazer esmolas à minha nação, e fazer oferenda"
Paulo é preso
Outra visita a Jerusalém
Para "trazer esmolas"

Prisão e morte

Tiago, irmão de Jesus, líder dos cristãos de Jerusalém, que avisou Paulo sobre os riscos de pregar contra a Torá em Jerusalém.
Paulo chegou a Jerusalém em 57 com uma coleta de dinheiro que tinha feito para a comunidade local e, segundo Atos, ele foi recebido calorosamente. Porém, o relato continua afirmando que ele foi interrogado por Tiago por ensinar a “... todos os judeus que estão entre os gentios a apostatarem de Moisés, dizendo-lhes que não circuncidem seus filhos nem andem segundo os nossos ritos” (Atos 21:22). Paulo então realizou um ritual de purificação para não dar aos judeus nenhum motivo para acusá-lo por não seguir os mandamentos da Lei.
Paulo, porém, continuava a pregar contra a circuncisão, contra as restrições alimentares e contra os requerimentos da Torá e isto provocou o rompimento final com os judeus. Paulo causou um alvoroço ao aparecer no Templo e somente escapou da morte por ter sido preso. Ele foi então mantido prisioneiro por dois anos em Cesareia até que um novo governador reabrisse seu caso em 59. Quando Paulo foi acusado de traição apelou ao César, alegando seu direito, como cidadão romano, de ser levado a um tribunal apropriado e de se defender das acusações.
Atos 28:1 relata que no caminho para Roma, Paulo sofreu um naufrágio em "Melite" (Malta), onde ele se encontrou com Públio e foi recebido pelos habitantes da ilha com "muita humanidade". Ele chegou a Roma por volta do ano 60 e passou mais dois anos em prisão domiciliar. Contando esta vez, Paulo passou entre cinco e seis anos preso em celas ou prisioneiro em casa.
Irineu de Lyon acreditava que Pedro e Paulo tinham sido os fundadores da Igreja de Roma, sendo eles a nominarem São Lino como bispo e sucessor:
...Igreja fundada e organizada em Roma pelos dois mais gloriosos apóstolos, Pedro e Paulo; também [ensinando] a fé pregada aos homens, que chegou aos nossos dias através da sucessão dos bispos.... Os abençoados apóstolos, então, tendo fundado e abençoado a Igreja, entregaram nas mãos de Lino o episcopado.



Paulo, porém, não foi bispo de Roma e nem levou o cristianismo para lá, pois já havia cristãos em Roma quando ele chegou lá. É evidente também que Paulo já tinha escrito uma epístola para a Igreja de Roma antes de ter visitado a cidade. Porém, Paulo pode ter tido um importante papel na formação da Igreja na capital romana.
Nem a Bíblia e nem outra história qualquer conta explicitamente como ou quando Paulo morreu. De acordo com a tradição cristã, Paulo foi decapitado em Roma durante o reino do imperador Nero em meados dos anos 60 na Abadia das Três Fontes (em italiano: Tre Fontane). O tratamento mais "humano" dado a Paulo, em contraste com a crucificação invertida de São Pedro, foi graças à sua cidadania romana.
Vários autores cristãos da Antiguidade já propuseram mais detalhes sobre a morte de Paulo. I Clemente, uma carta escrita pelo bispo de Roma, Clemente, por volta do ano 90 d.C. relata o seguinte sobre Paulo:
"Por causa de inveja e brigas, Paulo, pelo exemplo, mostrou a recompensa da resistência paciente. Após ele ter sido preso por sete vezes, ter sido exilado, apedrejado e ter pregado no ocidente e no oriente, ele recebeu o reconhecimento que era o prêmio da sua fé, tendo ensinado a retidão para o mundo inteiro e tendo chegado aos confins do ocidente. E quando ele já tinha dado seu testemunho perante os governantes, partiu deste mundo e foi para um lugar sagrado, tendo encontrado um notável padrão de resistência paciente.

I Clemente, Clemente de Roma


Basílica de São Paulo Extra-Muros com a estátua de Paulo na frente. Na basílica encontram-se as alegadas relíquias do apóstolo.
n. Em Roma.
Comentando sobre esta passagem, Raymond Brown escreve que, ainda que ela não afirme categoricamente que Paulo foi martirizado em Roma, "...algo assim é a mais provável interpretação".

Escreveu no século IV d.C., afirmando de que Paulo foi decapitado durante o reino do imperador romano Nero. Este evento tem sido datado ou no ano de 64 d.C., quando Roma foi devastada por um incêndio, ou alguns anos depois, em 67 d.C. A festa de São Pedro e São Paulo, da Igreja Católica, é comemorada em 29 de junho, o que pode refletir uma data tradicional para o seu martírio. Outras fontes também apontaram uma tradição de que Pedro e Paulo teriam morrido no mesmo dia (e, possivelmente, no mesmo ano).
O apócrifo Atos de Pedro sugere que Paulo sobreviveu a Roma e viajou para o oeste, para a Hispânia. Alguns mantêm o ponto de vista de que ele poderia ter visitado a Grécia e a Ásia Menor após a sua viagem à Hispânia e que ele pode ter sido finalmente preso em Troas e enviado a Roma para ser executado.

p. Túmulo e relíquias
A tradição cristã mantém que Paulo foi enterrado com São Pedro ad Catacumbas na Via Ápia e lá permaneceu até seu corpo ser levado para a Basílica de São Paulo Extra-Muros, em Roma. O venerável Beda, em sua Historia ecclesiastica gentis Anglorum, escreveu que o Papa Vitaliano, em 665, deu algumas relíquias de Paulo (incluindo a cruz feita com as correntes que o prenderam) ao rei Oswiu da Nortúmbria, no norte da Inglaterra.
Ainda segundo a tradição, o túmulo de Paulo estaria localizado na Basílica de São Paulo Extra-Muros, em Roma. Escavações foram realizadas conforme o relato feito em um comunicado da Agência Católica Internacional de Imprensa (APIC - Agence de Presse Internationale Catholique), de 17 de fevereiro de 2005:
Um sarcófago que pode conter as relíquias do apóstolo Paulo foi identificado na Basílica de São Paulo Extra-Muros, de acordo com Giorgio Filippi, chefe do departamento epigráfico do Museu do Vaticano.
Sob o altar elevado, está uma laje de mármore do século IV, que sempre esteve visível, contém uma inscrição PAULO APOSTOLO MART (Paulo Apóstolo Mártir). A placa tem três furos e provavelmente está relacionada com o culto funerário de São Paulo. De acordo com Giorgio Filippi, esses buracos foram usados para a "criação de relíquias" por meio de simples contato com o túmulo do apóstolo.
Ao longo da Via Ostiense, um santuário foi erguido sobre o túmulo do apóstolo Paulo ainda no século I d.C. Como já fizera com São Pedro, o imperador romano Constantino, o Grande, começou, no início do século IV, a construir uma basílica para abrigar o túmulo. Então, em 386, meio século após a do imperador e por conta do afluxo de peregrinos, uma basílica ainda maior foi construída por ordem dos imperadores Valentiniano II, Teodósio I e Arcádio.



q. Obras
Quatorze epístolas do Novo Testamento são atribuídas a Paulo, das quais sete têm a autoria quase que universalmente aceita, enquanto que as outras sete são disputadas: Efésios, Colossenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, Tito e Hebreus. Destas, quatro são consideradas como sendo de outro autor que não Paulo por razões textuais e gramaticais, enquanto que as outras três são disputadas por alguns acadêmicos. Paulo aparentemente ditou todas as suas epístolas (exceto Gálatas) através de um secretário (ou amanuense), que geralmente parafraseava o tom de sua mensagem, como era a prática entre os escribas do século I d.C.
Estas epístolas circularam entre as comunidades cristãs e eram lidas em público por membros da igreja, juntamente com outras obras. Elas foram citadas ainda no século I, por volta de 96 d.C., por Clemente de Roma em sua epístola Clemente aos Coríntios.

r. Atribuição de suas obras
As epístolas paulinas foram na sua maioria escritas para igrejas que Paulo visitou e o apóstolo era um grande viajante. Ele passou por Chipre, por toda a Ásia Menor, pela Grécia, Creta e Roma. Elas estão repletas de exposições sobre o que os cristãos deveriam acreditar e como deveriam viver, ao passo que ele não relata ao destinatário (e aos leitores modernos) muito sobre a vida de Jesus. Suas mais explícitas referências são passagens sobre a Última Ceia e a crucificação e ressurreição. As referências aos ensinamentos de Jesus são também esparsos, levantando a questão, ainda em disputa, sobre o quão consistente é seu relato sobre a fé com o que está nos quatro evangelhos canônicos, os Atos e a Epístola de Tiago. O ponto de vista de que o Cristo de Paulo é diferente do Jesus histórico foi proposta pelo teólogo Adolf Harnack. De toda maneira, ele nos dá o primeiro relato escrito do que é ser cristão e da espiritualidade cristã.
Das catorze cartas atribuídas a Paulo e incluídas no cânone do Novo Testamento, há pouca ou nenhuma disputa de que Paulo tenha escrito pelo menos sete:
8. A Epístola aos Hebreus, que foi atribuída a ele ainda na antiguidade, já era questionada na época, e atualmente não é considerada como tendo sido escrita por ele pela maior parte dos especialistas. A autoria das demais epístolas tem variados graus de disputa a respeito da autoria.
A autenticidade da Epístola aos Colossenses tem sido questionada por conter uma descrição de Jesus não encontrada em nenhuma outra de Paulo, descrevendo-o como a "imagem do Deus invisível", uma cristologia que só tem paralelo no Evangelho de João. Evidências internas demonstram uma conexão próxima com a Epístola aos Efésios, que é muito similar a Colossenses (dos 155 versículos, 78 são idênticos), mas quase sem referências pessoais. O estilo de Colossenses é único entre as epístolas paulinas, não se encontrando a ênfase na cruz que se vê nas demais e nem referência à Segunda vinda de Cristo, além de uma exaltação do casamento que contrasta com a encontrada em 1 Coríntios 7:8-9 (Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu. Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se). Finalmente, segundo R.E. Brown, ela exalta a Igreja de uma forma que só se tornaria comum numa segunda geração de cristãos, "construída sobre a fundação deixada pelos apóstolos e profetas", já passada. Os defensores da autoria paulina argumentam que ela foi escrita para ser lida uma quantidade grande de igrejas (daí a similaridade com Efésios) e marca um estágio final do desenvolvimento de Paulo de Tarso. Deve ser lembrado também que a porção moral da epístola, que é composta dos dois últimos capítulos, tem uma afinidade muito maior com os trechos equivalentes em outras epístolas enquanto que o restante casa perfeitamente com os detalhes que conhecemos sobre a vida de Paulo, dando-nos ainda mais pistas sobre ela. Ela confirma, por exemplo, que ele estava preso quando a escreveu.

As chamadas epístolas pastorais de 1 Timóteo, 2 Timóteo e Epístola a Tito, também já tiveram a autoria questionada.
As três principais razões são:
1. As diferenças em vocabulário, estilo e teologia em relação às demais obras de Paulo. Os defensores da autenticidade afirmam que elas foram provavelmente escritas em nome do apóstolo sob sua autoridade por algum de seus discípulos, a quem ele teria explicado claramente o que deveria ser escrito, ou a quem ele havia passado um sumário por escrito dos pontos a serem desenvolvidos, e que, uma vez escritas, Paulo as teria lido, aprovado e assinado.
2. A dificuldade de alinhá-las com a biografia conhecida de Paulo. Estas epístolas, assim como as dirigidas aos Colossenses e aos Efésios, foram escritas no período em que Paulo estava preso, mas ao contrário delas, afirmam que o apóstolo foi solto e viajou depois disso. Os defensores argumentam que Paulo foi preso pela primeira vez não por algum crime contra os romanos, mas para salvá-lo da prisão. Em Filêmom, ele parece ter a esperança de ser libertado logo e haveria bastante tempo para ele ter visitado Creta e escrever as epístolas a Timóteo antes de sua segunda viagem  e o final de sua via, na prisão pelos romanos.
3. Finalmente, foram levantadas diversas objeções sobre o estado avançado da Igreja que a epístola deixa transparecer. Novamente, os defensores alegam que a epístola usa termos como "bispo", "diácono" e "padres" como sinônimos para indicar os que foram legados pelos apóstolos com a missão evangélica e não no sentido organizacional que termo viria a adquirir nos anos seguintes. Alegam também que se estas epístolas fossem mesmo, como alegam os críticos, uma defesa da sucessão apostólica pelos bispos, elas já deveriam ter sido atacadas como fraudes na antiguidade, argumenta que não encontra nenhum suporte evidência.
O principal argumento contra a autoria de Paulo da Segunda Epístola aos Tessalonicenses é que a sua escatologia parece contradizer a da Primeira Epístola aos Tessalonicenses. Enquanto a primeira epístola parece indicar que a parousia (A palavra grega Parousia era usada com o sentindo de presença ou vinda. Seu uso técnico indicava a presença ou chegada de um rei ou governante. No Novo Testamento ela é usada designar a presença (vinda) de Cristo novamente a Terra, primeiramente para os fieis e depois para os infiéis - http://folhaassembleiana.blogspot.com/2010/05/o-que-e-parousia.html) é iminente, na segunda ele a coloca num futuro desconhecido, o que implicaria num "erro" do apóstolo em uma epístola que, segundo os crentes, teve inspiração divina. A defesa principal é que a frase mais polêmica, “Então nós que estivermos vivos, e formos deixados, seremos arrebatados em nuvens...” (1 Tessalonicenses 4:17) teve tradução problemática já na Vulgata (em latim: Nos, qui vivimus, qui residui sumus), mas que o texto original em grego não deixa dúvidas, hemeis oi zontes oi paraleipomenoi, ama syn autois arpagesometha, que seria melhor traduzido como "Nós, se estivermos vivos - se deixados para trás - [na terra], seremos arrebatados...".

t. Redenção
A teologia da redenção foi um dos principais assuntos abordados por Paulo. Paulo ensinou que os cristãos foram redimidos da Lei e do pecado pela morte de Jesus e sua ressurreição. Sua morte foi uma expiação e, pelo sangue de Cristo, a paz foi estabelecida entre Deus e o homem. Pelo batismo, um cristão toma sua parte na morte de Jesus e na sua vitória sobre a morte, recebendo, gratuitamente, uma renovada condição de filho de Deus.

u. Relação com o judaísmo
A teologia de Paulo sobre o evangelho acelerou a separação da seita messiânica dos cristãos do judaísmo, algo que Paulo não desejava. Ele escreveu que somente a fé em Cristo (como Messias) era suficiente e decisiva para a salvação, tanto de judeus quanto de gentios, tornando o cisma entre os cristãos e os judeus não só inevitável, mas permanente. Ele argumentou que os gentios convertidos não precisavam se tornar judeus ou ser circuncisados, nem tampouco seguir as leis alimentares. Porém, em Romanos, ele insiste numa visão positiva do valor da Lei Mosaica como um guia moral.

v. Escatologia
De acordo com Ehrman, Paulo acreditava que Jesus iria retornar ainda durante a sua vida. Ele afirma que Paulo acreditava que os cristãos que tinham morrido nesse meio tempo seriam ressuscitados para poder participar do Reino de Deus. Acreditava também, segundo ele, que os salvos seriam transformados e assumiriam formas sobrenaturais.
O ensinamento de Paulo sobre o fim do mundo aparece muito claramente nas suas epístolas à igreja de Tessalônica. Muito dos perseguidos é possível que eles tenham escrito para o apóstolo primeiro perguntando sobre os que já tinham morrido e sobre o que deveriam esperar no final. Paulo então os assegura que os mortos se levantarão primeiro e serão seguidos pelos que ainda estão vivos. O final dos tempos será uma batalha entre Jesus e o "Homem da iniqüidade", cuja conclusão será o triunfo final de Cristo.

x. Papel das mulheres
Um verso na 1 Timóteo, tradicionalmente atribuída a Paulo (vide acima), é freqüentemente utilizada como maior fonte de autoridade na bíblia para que às mulheres seja vedado o sacramento da ordem, além de outras posições de liderança e ministério no cristianismo. A Epístola a Timóteo é também muitas vezes utilizada por muitas igrejas para negar-lhes o voto em assuntos eclesiásticos e posições de ensino para público adulto e também a permissão para o trabalho missionário.
“A mulher aprenda em silêncio com toda a sujeição; pois não permito à mulher que ensine, nem que tenha domínio sobre o homem; mas que esteja em silêncio Pois Adão foi formado primeiro, depois Eva. Adão não foi seduzido, mas a mulher é que, deixando-se iludir, caiu na transgressão” (1 Timóteo 2:11-14).
Esta passagem parece estar dizendo que as mulheres não devem ter na igreja nenhum papel de liderança frente aos homens. Se ela também proíbe as mulheres de ensinar outras mulheres ou crianças é duvidoso, pois até mesmo nas igrejas católicas que proíbem o sacerdócio feminino, permitem que abadessas ensinem e tenham posições de liderança sobre outras mulheres. Qualquer interpretação desta parte das escrituras tem que se confrontar com as dificuldades teológicas, contextuais, sintáticas e léxicas destas poucas palavras.
O teólogo J. R. Daniel Kirk encontrou um importante papel para as mulheres na igreja antiga, como por exemplo, quando Paulo elogia Febe por seu trabalho como diaconisa e também Júnia, considerada por alguns como sendo a única mulher citada no Novo Testamento entre os apóstolos. Kirk aponta para estudos recentes que levaram alguns a concluir que a passagem que obriga as mulheres a "ficarem caladas nas igrejas" em 1 Coríntios 14:34, foi uma adição posterior, aparentemente por um autor diferente e não era parte da carta original de Paulo à igreja de Corinto. Outros, como Giancarlo Biguzzi, alegam que a restrição de Paulo sobre as mulheres em Coríntios é genuína, mas aplica-se ao caso particular de proibi-las de fazerem perguntas ou de conversar, e não uma proibição generalizada contra as mulheres falarem, pois em 1 Coríntios 11:4, Paulo afirma o direito das mulheres de profetizar.
O terceiro exemplo de Kirk de uma visão mais inclusiva está em “Não pode haver judeu nem grego, não pode haver escravo nem livre, não pode haver homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:28). Ao anunciar um fim dentro da igreja das divisões que eram tão comuns no mundo todo, ele conclui destacando que “... havia mulheres do Novo Testamento que ensinaram e tinham autoridade na igreja antiga e que estes ensinamentos e esta autoridade eram sancionadas por Paulo e que o apóstolo mesmo oferece um paradigma teológico dentro do qual a superação da subjugação da mulher é um resultado esperado".

y. Influência no cristianismo
A influência de Paulo no pensamento cristão é possivelmente o mais importante dentre todos os outros autores do Novo Testamento. Paulo declarou que sua fé em Cristo tornou a Torá desnecessária para a salvação, exaltou a igreja cristã como sendo o corpo de Cristo e mostrou o mundo fora da igreja como estando sob julgamento.

z. Tradição oriental e Tradição ocidental no oriente, os padres da Igreja reduziram a eleição divina presente Romanos 9:11 à onisciência de Deus e o tema da predestinação presente na teologia ocidental não aparece no oriente.

No ocidente, as obras fundamentais de Agostinho sobre a "boa nova" como um presente (graça), sobre a moralidade como a vida no Espírito, sobre a predestinação e sobre o pecado original se baseiam todas em Paulo, especialmente na Epístola aos Romanos.
Durante a Reforma protestante, Martinho Lutero expressou a doutrina de Paulo sobre a fé como elemento mais importante como justificação para a sua doutrina da sola fide (apenas a fé).
Elaine Pagels, professora de religião na Universidade de Princeton e uma autoridade reconhecida sobre o gnosticismo, argumenta que Paulo era um gnóstico e que as epístolas pastorais, antignósticas, são falsificações "pseudo-paulinas", escritas para refutar esta crença ainda na antiguidade.

O acadêmico britânico e judeu Hyam Maccoby argumenta que o Paulo como descrito nos Atos dos Apóstolos e o Paulo que aparece em suas próprias obras são pessoas muito diferentes. Algumas dificuldades foram apontadas no relato de sua vida, por exemplo. O Paulo dos Atos está muito mais interessado na história factual e menos na teologia e idéias como a justificação pela fé não estão ali, assim como não estão às referências ao Espírito, de acordo com Maccoby. Ele também afirma que não existem referências a João Batista nas epístolas paulinas, enquanto Paulo o menciona diversas vezes nos Atos. Maccoby teoriza ainda que Paulo sintetizou o judaísmo, o gnosticismo e o misticismo para um cristianismo como uma religião com um salvador cósmico. De acordo com ele, o farisaísmo de Paulo foi sua própria invenção e que ele, na verdade, teria se associado com os saduceus. Maccoby atribui ainda às origens do antissemitismo cristão a Paulo e alega que a visão das mulheres que o apóstolo defendia, embora inconsistente, refletia seu gnosticismo (em seus aspectos misóginos).
Outros autores lembram que linguagem nos discursos de Paulo é muito parecida com a de Lucas no estilo. Além disso, George Shillington escreve que o autor dos Atos provavelmente criou os discursos de acordo com este estilo e eles contêm sua marca teológica e literária. Contrariamente, o historiador e apologista cristão Christopher Price argumenta que o estilo de Lucas nos Atos representa o estilo dos historiadores da época que reconhecidamente relatavam discursos em suas obras.

F. C. Baur (1792–1860), professor de teologia em Tübingen, na Alemanha, o primeiro acadêmico a criticar os Atos e as epístolas paulinas, e fundador da Escola de Tübingen de teologia, argumentou que Paulo, como o "Apóstolo dos gentios", estava em violenta oposição com os doze apóstolos originais. Baur considera os Atos como uma obra tardia e pouco confiável. O debate que ele iniciou continua até hoje, com Adolf Deissmann (1866 - 1937) e Richard Reitzenstein (1861–1931) enfatizando a herança grega de Paulo e Albert Schweitzer destacando a sua dependência do Judaísmo.

O professor Robert Eisenman da Universidade da Califórnia em Long Beach, argumenta que Paulo era membro da família de Herodes, o Grande. Eisenman faz uma conexão entre Paulo e um indivíduo identificado por Flávio Josefo como "Saulus", um "parente de Agripa". Outro elemento bastante citado como suporte a esta tese está em ”Saudai a Herodião, meu compatriota” (Romanos 16:11) (em latim: Salutate Herodionem cognatum meum).
Entre os críticos do apóstolo Paulo também está Thomas Jefferson, um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos, que escreveu que Paulo foi o "primeiro que corrompeu as doutrinas de Jesus".
F.F. Powell argumenta que Paulo, em suas epístolas, fez uso de muitas idéias do filósofo grego Platão, chegando até mesmo a usar as mesmas metáforas e a mesma linguagem. Por exemplo, em Fedro, Platão colocou Sócrates dizendo que os ideais celestes são percebidos como "se através de um vidro, vagamente". Estas palavras são ecoadas por Paulo em “Pois agora vemos como por um espelho em enigma” (1 Coríntios 13:12).

16 – Apóstolo LUCAS ou São Lucas
Lucas, o evangelista (do grego antigo Λουκς, Loukás) é, segundo, a tradição, o autor do Evangelho de São Lucas e dos Atos dos Apóstolos - o terceiro e quinto livros do Novo Testamento. É o santo padroeiro dos pintores, médicos e curandeiros, segundo a tradição catolicista. É celebrado no dia 18 de Outubro.
Chamado por Paulo de "O Médico Amado" (Colossenses 4:14) pode ter sido um dos cristãos do primeiro século que conviveu pessoalmente com os doze apóstolos.

a. Vida
Lucas foi um médico grego que viveu na cidade grega de Antioquia, na Síria Antiga.
A primeira referência a Lucas encontra-se na Epístola a Filemon de Paulo de Tarso, no versículo 24 (Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores). É mencionado também na epístola aos Colossenses, 4:14 (Saúda-vos Lucas, o médico amado, e Demas), bem como na segunda epístola a Timóteo 4:11 (Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério). A segunda menção mais antiga a Lucas encontra-se no "Prólogo Anti-Marcionita ao Evangelho de São Lucas", um documento que já foi datado do século II, mas que recentemente já é considerado como do século IV. Contudo, Helmut Koester defende que o seguinte excerto – a única parte preservada do documento original, em grego – pode ter sido escrito, realmente no século II:
Lucas é um sírio de Antioquia, sírio pela raça, médico de profissão. Tornou-se discípulo dos apóstolos e mais tarde seguiu a Paulo até ao seu martírio. Tendo servido o Senhor com perseverança, solteiro e sem filhos, cheio da graça do Espírito Santo, morreu com 84 anos de idade.
 Alguns manuscritos afirmam que Lucas morreu "em Tebas, capital da Beócia". Todas estas referências parecem indicar que Lucas teria de fato, seguido Paulo durante algum tempo.
Tradições mais tardias desenvolveram-se a partir daqui. Epifânio de Salamina assegura que Lucas era um dos Setenta Discípulos (Panarion 51.11), e João Crisóstomo refere que o "irmão" referido por Paulo na segunda epístola aos Coríntios, 8:18 ou é Lucas ou é Barnabé. J. Wenham assevera que Lucas era "um dos Setenta, um dos discípulos de Emaús, parente de Paulo e de Lúcio de Cirene." Nem todos os acadêmicos têm tanta certeza disso quanto Wenham.
Outra tradição cristã defende que foi o primeiro iconógrafo, e que terá pintado a Virgem Maria, Pedro e Paulo. É por isso que mais tarde, as guildas medievais de São Lucas, na Flandres, ou a Accademia di San Luca ("Academia de São Lucas") em Roma - associações imitadas noutras cidades europeias durante o século XVI - reuniam e protegiam os pintores.

b. O que diz a Bíblia sobre Lucas
Lucas foi o companheiro de Paulo, e segundo a quase unânime crença da antiga igreja, escreveu o evangelho que é designado pelo seu nome, e também os Atos dos Apóstolos.
Ele é mencionado somente três vezes pelo seu nome no N.T. 1ª: Saúda-vos Lucas, o médico amado, e Demas” (Cl 4.14); 2ª: Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério” (2 Tm 4:11) E 3ª: “Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores” (Fm 24). Pouco se sabe a respeito da sua vida. Têm alguns julgado que ele foi do número dos setenta discípulos, mandados por Jesus a evangelizar: E depois disto designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir” (Lc 10.1). Outros pensam que foi um daqueles gregos que desejavam vê-lo: Ora, havia alguns gregos, entre os que tinham subido a adorar no dia da festa” (Jo 12.20) - e também considerando que Lucas é uma abreviação de Lucanos, já têm querido identificá-lo com Lúcio de Cirene: E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo” (At 13.1).
Dois dos Pais da igreja dizem que era sírio, natural de Antioquia. Na verdade não parece ter sido de nascimento judaico: E Jesus, chamado Justo; os quais são da circuncisão; são estes unicamente os meus cooperadores no reino de Deus; e para mim têm sido consolação” (Cl 4.11).
Era médico (Cl 4.14). Ele não foi testemunha ocular dos acontecimentos que narra no Evangelho (Lc 1.2), embora isso não exclua a possibilidade de ter estado com os que seguiam a Jesus Cristo.
Todavia, muito se pode inferir do emprego do pronome da primeira pessoa na linguagem dos Atos. Parece que Lucas se juntou a Paulo em Trôade (At 16.10), e foi com ele até a Macedônia - depois viajou com o mesmo Apóstolo até Filipos, onde tinha relações, ficando provavelmente ali por certo tempo (At 17.1).
Uns sete anos mais tarde, quando Paulo, dirigindo-se a Jerusalém, visitou Filipos, Lucas juntou-se novamente com ele: Estes, indo adiante, nos esperaram em Trôade” (At 20.5). Se Lucas era aquele ‘irmão’, de que se fala em 2 Co 8:18 (E com ele enviamos aquele irmão cujo louvor no evangelho está espalhado em todas as igrejas), o intervalo devia ter sido preenchido com o ativo ministério. Lucas acompanhou Paulo a Jerusalém: E no dia seguinte, Paulo entrou conosco em casa de Tiago, e todos os anciãos vieram ali” (At 21.18) e com ele fez viagem para Roma (At 21.1). E nesta cidade esteve com o Apóstolo durante a sua primeira prisão (Cl 4.14 - Fm 24) - e achava-se aí também durante o segundo encarceramento, precisamente pouco antes da morte de Paulo (2 Tm 4.11). Uma tradição cristã apresenta como pregando o Evangelho no sul da Europa, encontrando na Grécia a morte de um mártir.

17 – Apóstolo TIAGO, o Justo
São Tiago, o Justo (em hebraico: יעקב; em grego: Iάκωβος), morto em 62 d.C., também conhecido como Tiago de Jerusalém, Tiago Adelfo (de Tiago Adelphoteos) ou ainda Tiago, irmão do Senhor, foi uma importante figura nos primeiros anos do Cristianismo. A Enciclopédia Católica conclui que, baseado no relato de Hegésipo, é "provável" que Tiago, o Justo, seja também Tiago Menor, e, em linha com a "maior parte dos interpretes católicos", que ele seja também Tiago, filho de Alfeu e o Tiago, filho de Maria de Cleofas. Ele não dever ser confundido, porém, com Tiago Maior.
Tiago, o Justo, era o líder do movimento cristão em Jerusalém nas décadas seguintes à morte de Jesus, embora informação sobre a sua vida seja escassa e ambígua. Diversas fontes primitivas citam-no como sendo irmão de Jesus. Historiadores já interpretaram isto de diversas maneiras, como sendo irmão num "sentido espiritual", ou literalmente, significando que Tiago era mesmo um familiar de Jesus - meio-irmão, irmão de criação, primo, outro parente e mesmo irmão de sangue. A mais antiga liturgia cristã sobrevivente, a chamada Liturgia de São Tiago , o chama de "irmão de Deus" (Adelphotheos).
Com exceção de um punhado de referências nos Evangelhos, as principais fontes de sua vida são os Atos dos Apóstolos, as Epístolas paulinas, o historiador Flávio Josefo e o autor cristão Hegésipo. Acredita-se que ele seja o autor da Epístola de Tiago no Novo Testamento, o primeiro dos Setenta Apóstolos e o autor do Decreto Apostólico de Atos 15:1 (Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos). Na Epístola aos Gálatas, Paulo de Tarso o descreve em sua visita a Jerusalém, onde ele encontrou com Tiago e esteve com Simão Pedro.

a. Nome
Tiago é chamado de "o Justo" por causa de sua retidão e religiosidade. O nome também nos ajuda a distingui-lo de outras importantes figuras da igreja antiga de mesmo nome, como Tiago, filho de Zebedeu.
Ele é por vezes chamado, no Cristianismo oriental, como Tiago Adelphotheos, ou seja, Tiago, o irmão de Deus (em grego: Iάκωβος ο Αδελφόθεος), baseado na referência da Liturgia de São Tiago e no Novo Testamento, embora diferentes interpretações sobre a sua relação com Jesus se desenvolveram com base nas crenças cristãs sobre Maria, que foi designada Theotokos ("Mãe de Deus") em 431 d.C. no Concílio de Éfeso. Portanto, ele pode simplesmente ter sido o primo de Jesus e ter sido chamado como "o irmão de nosso Senhor".

b. Vida
Os escritos canônicos do Novo Testamento, assim como outras fontes da Igreja antiga nos dão algumas evidências sobre a vida de Tiago e seu papel. Jerônimo, em seu De Viris Illustribus argumentou que Tiago não era irmão de Jesus, mas seu primo, filho de Maria de Cleofas, a "irmã da mãe de nosso Senhor e que João menciona em seu livro". Após a Paixão, Jerônimo escreveu, os apóstolos selecionaram Tiago como bispo de Jerusalém. Ao descrever seu modo de vida ascético, De Viris Illustribus cita o relato de Hegésipo sobre Tiago a partir do quinto livro da obra "Comentários", hoje perdida:
“Após os apóstolos, Tiago, irmão do Senhor, chamado o Justo, foi feito líder da igreja de Jerusalém. Muitos de fato são chamados de Tiago. Este era sagrado desde o útero de sua mãe. Ele não bebia vinho ou bebida alcoólica, não comia carne e nunca se barbeava ou se ungia com cremes ou se banhava. Ele apenas teve o privilégio de entrar de no Santo dos Santos, pois ele de fato não vestia roupas de algodão, apenas de linho, e entrou sozinho no templo e orou tanto por seu povo que seus joelhos têm a fama de terem adquirido a aspereza dos de um camelo” (De Viris Illustribus, Jerônimo, citando Hegésipo).
Como era ilegal para qualquer um exceto o sumo-sacerdote do templo adentrar o Santo dos Santos e, mesmo assim, uma vez por ano durante o Yom Kippur, a citação de Hegésipo por Jerônimo indica que Tiago era considerado um sumo-sacerdote. A obra "Reconhecimentos", de Pseudo-Clemente, também sugere assim.
Jerônimo cita também o deuterocanônico Evangelho dos Hebreus assim:
"'Eis que o Senhor, após ter dado suas roupas ao servente do sacerdote, apareceu para Tiago, pois Tiago havia jurado que nunca mais comeria o pão daquele momento em que bebeu do cálice do Senhor até que ele pudesse vê-lo, renascido dos mortos'. Um pouco depois, o Senhor disse, 'traga uma mesa e pão'. E imediatamente ele acrescentou, 'Ele tomou o pão e o abençoou e o partiu e o entregou a Tiago, o Justo, e disse-lhe, "Meu irmão, coma seu pão, pois o Filho do Homem renasceu dos mortos"'". E assim ele liderou a igreja de Jerusalém por trinta anos, ou seja, até o sétimo ano de Nero(De Viris Illustribus, Jerônimo, citando o Evangelho dos Hebreus).
Paulo descreveu Tiago como sendo uma das pessoas para que Cristo ressuscitado apareceu (I Coríntios 15:3-8). Em seguida, na mesma epístola, cita Tiago de uma forma que parece indicar que ele já teria sido casado: “Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?” (I Co 9:5). Em Gálatas, Paulo lista Tiago com Cefas (Simão Pedro) e João como sendo os três "pilares" da Igreja (Gálatas 2:9) e que irão ministrar aos "circuncidados" em Jerusalém, enquanto Paulo e seus companheiros irão ministrar para os não-circuncidados (2:12). Estes termos são geralmente interpretados como significando judeus e gregos, que eram a maioria. Porém, isto é uma simplificação, uma vez que na província romana da Judéia já existiam alguns judeus que não eram circuncidados e alguns gregos, chamados de prosélitos ou judaizantes, e outros povos, como os egípcios, os etíopes e os árabes que o faziam.
Quando Pedro, tendo escapado milagrosamente da prisão, precisou fugir de Jerusalém por causa da perseguição de Herodes Agripa, ele pede que Tiago seja informado: “E acenando-lhes ele com a mão para que se calassem, contou-lhes como o Senhor o tirara da prisão, e disse: Anunciai isto a Tiago e aos irmãos. E, saindo, partiu para outro lugar” (Atos 12:17). Quando Paulo chegou a Jerusalém para entregar o dinheiro que ele levantou para os fiéis, foi com Tiago que ele conversou, e foi Tiago que insistiu que ele se purificasse ritualmente no Templo de Herodes para provar sua fé e negar rumores de que estivesse pregando a rebelião contra a Torá (Atos 21:18 e seguintes), a acusação de antinomianismo.

c. Concílio de Jerusalém
Enquanto os cristãos de Antioquia estavam preocupados se os cristãos gentios precisariam ou não ser circuncidados para se salvarem, eles enviaram Paulo e Barnabé para se encontrar com a igreja de Jerusalém. Tiago tomou um papel proeminente na formação da decisão do Concílio (Atos 15:13 e seguintes). Tiago, dentre os que sabemos o nome, foi o último a falar, após Pedro, Paulo e Barnabé. Ele então proferiu o que chamou de sua "decisão" (15:19) - o sentido original se aproxima mais de "opinião". Ele apoiou todos ao ser contra o requisito e sugeriu proibições sobre consumo de sangue assim como carne utilizada em sacrifícios e também à fornicação. Esta se tornou a regra do Concílio, acordada por todos os apóstolos e anciãos e enviada para todas as igrejas por carta.

d. Primazia de Pedro
A tradição, apoiada em inferências das escrituras, defende que Tiago liderou o grupo de Jerusalém como seu primeiro bispo ou patriarca. Este não é necessariamente um ponto contra a primazia de Pedro na igreja antiga e, subseqüentemente, no Catolicismo romano. Embora Tiago, e não Pedro tenha sido o primeiro bispo daquele grupo, os católicos romanos acreditam que o bispo de Jerusalém não seria, por isso, a liderança da igreja cristã, uma vez que esta estava com Paulo como a "Rocha" e "Pastor Líder". São João Crisóstomo opinou sobre o assunto: "Se alguém deve dizer, 'Por que então foi Tiago quem recebeu a de Jerusalém?' Eu responderia que Ele [Cristo] fez de Pedro o professor não daquela Sé, mas do mundo todo.". Já se sugeriu, por exemplo, que Pedro teria confiado a comunidade de Jerusalém para Tiago quando ele foi forçado a fugir da cidade. De acordo com Eusébio de Cesareia, Clemente de Alexandria, no final do século II d.C., afirmou o seguinte sobre a ascensão de Tiago ao episcopado de Jerusalém: "Pois eles disseram que Pedro e Tiago e João, após a ascensão do nosso Salvador, como se também preferisse assim o Senhor, não lutaram por honras e escolheram Tiago, o Justo, como bispo de Jerusalém”.

e. Morte
Segundo uma passagem nas Antiguidades Judaicas, de Flávio Josefo, "o irmão de Jesus, que era chamado de Cristo, cujo nome era Tiago" encontrou a morte após a do procurador Porcius Festus, antes que Lucceius Albinus fosse empossado - cuja data é 62 d.C. O sumo-sacerdote Ananus ben Ananus tirou vantagem desta falta de controle imperial para reunir o Sinédrio que condenou Tiago "sob acusação de ter violado a Lei" e logo o executou por apedrejamento. Josefo relata ainda que o ato de Ananus fosse amplamente considerado como um assassinato judicial e teria ofendido muitos dos "que eram consideradas as pessoas mais justas da cidade, e estritas na observância da Lei", que chegaram a se encontrar com o procurador Albinus para pedir-lhe que interferisse no assunto. Como resultado, o rei Agrippa trocou Ananus por Jesus, filho de Damneus.
George Albert Wells contesta a identificação de Tiago que foi executado por Ananus ben Ananus com Tiago, o Justo, considerando as palavras "que era chamado Cristo" como sendo uma interpolação posterior.
Eusébio de Cesareia, citando o relato de Josefo, preservou o registro de passagens das hoje perdidas obras de Hegésipo e Clemente de Alexandria. O relato de Hegésipo é um pouco diferente do de Josefo e pode ter sido uma tentativa de reconciliá-los combinando-os. De acordo com Hegésipo, os escribas e os fariseus foram até Tiago em busca de ajuda para eliminar as crenças cristãs. O relato diz:
“Ele vieram, portanto, em grupo até Tiago e disseram: "Nós te suplicamos, contenha o povo: pois eles se desviaram em suas opiniões sobre Jesus, como se ele fosse o Cristo. Nós te suplicamos, convença todos que vieram aqui para o dia da Páscoa, sobre Jesus. Pois nós todos ouvimos sua persuasão; pois nós também, assim como todo o povo, somos testemunhas que tu és justo e não mostras preferência por ninguém. Convence, portanto o povo a não entreter opiniões errôneas sobre Jesus: pois todo o povo, e nós também, ouvimos a sua persuasão. Tome uma posição firme, então, no alto do templo, de modo que possas ser visto claramente por todos, e tuas palavras possam ser claramente ouvidas por todos. Pois, para comemorar a Páscoa, todas as tribos vieram para cá e também alguns gentios.
Para desgosto dos escribas e os fariseus, Tiago corajosamente testemunhou que Cristo "sentava-se no céu do lado direito Grande Poder e retornará nas nuvens celestiais". Então eles confabularam entre si "Erramos ao procurar seu testemunho sobre Jesus. Vamos então subir e jogá-lo de lá, para que eles tenham medo e não acreditem nele”.
“... lançaram abaixo o homem justo... [e] começaram a apedrejá-lo, uma vez que ele não morrera na queda; Mas ele virou e se ajoelhou e disse: "Eu imploro-te, Senhor Deus nosso Pai, perdoa-os, pois eles não sabem o que fazem."
E, enquanto eles estavam apedrejando-o até a morte, um dos sacerdotes, dos filhos de Recab, o filho de Rechabim, de quem testemunhou Jeremias, o profeta, começou a gritar, dizendo: "Parem, o que estão fazendo? O homem justo está rezando por nós.". Mas um dentre eles, um dos tintureiros, tomou seu cajado com o qual ele estava acostumado a manipular as vestes que tingia, e atirou na cabeça do homem justo.
E assim ele sofreu o martírio; e eles o enterraram ali mesmo, e o pilar que foi erguido em sua memória ainda está lá, perto do templo. Este homem foi uma testemunha verdadeira tanto para os judeus quanto gregos de que Jesus é Cristo”
(Fragmentos dos "Atos da Igreja" sobre o Martírio de Tiago, o irmão do Senhor).
Por conta do certo e posterior captura de Jerusalém pelo imperador Vespasiano atrasou a escolha de Simeão de Jerusalém para suceder Tiago.
De acordo com Schaff, em 1904, este relato por "Hegésipo já foi citado muitas vezes por historiadores como tendo atribuído a data do martírio em 69 d.C.", embora ele conteste a afirmação de que Hegésipo tenha dado qualquer indicação sobre uma data.

f. Influência
A Epístola de Tiago é tradicionalmente atribuída a Tiago, o Justo.
Historiadores modernos sobre a Igreja antiga tendem a colocar Tiago inserido nas tradições do Cristianismo Judaico. Enquanto Paulo enfatizava a fé sobre a observação da Lei, que ele considerava um fardo, uma disposição antinomiana, Tiago parece ter desposado de uma posição oposta, que já foi negativamente chamada de judaizante. Um corpus (conjunto de obras) geralmente citado como prova disto são Reconhecimentos e as Homilias de Clemente (também conhecidas como Literatura Clementina), versões de uma novela que já foi datada como sendo do início do século II d.C., onde Tiago aparece como uma figura santa que é atacada por um inimigo sem-nome que alguns críticos modernos acreditam ser Paulo. O estudioso James D. G. Dunn propôs que Pedro seria o "homem-ponte" (ou seja, o pontifex maximus) entre as duas "proeminentes lideranças": Paulo e Tiago.
Os teólogos cristãos tradicionais defendem também que os dois tinham crenças similares; os evangélicos afirmam que as afirmações de Tiago sobre "obras" se referem às obras que Deus produz nos cristãos, enquanto que teólogos ortodoxos e católicos afirmam que Paulo não diminuía a importância das obras (citando passagens como Romanos 6 e 8) e que Tiago não estava se referindo às obras cerimoniais da Torá (citando o fato de que no Concílio de Jerusalém, Tiago declarou que apenas uma pequena porção da Torá serviria aos gentios convertidos).
Alguns Evangelhos apócrifos são testemunhas da reverência dos seguidores judeus de Jesus (como os Ebionitas) tinham por Tiago. O "Evangelho dos Hebreus", fragmento 21, relata a aparição do Jesus ressuscitado a Tiago. O "Evangelho de Tomé" (uma das obras encontradas na Biblioteca de Nag Hammadi), dito 12, relata que os discípulos perguntaram a Jesus: "Os discípulos perguntaram a Jesus: Sabemos que nos vais deixar. E quem será então nosso chefe? Respondeu Jesus: No ponto onde estais, ireis ter com Tiago, que está a par das coisas do céu e da terra”.
O fragmento X de Pápias faz referência a "Tiago, o bispo e apóstolo". O Panarion (29.4), de Epifânio de Salamina, descreve Tiago como tendo sido um Nazireu.
A obra pseudepígrafe "Primeiro Apocalipse de Tiago", associada com o nome de Tiago, menciona em muitos detalhes, alguns dos quais podem refletir tradições muito antigas: diz-se que ele teria autoridade sobre os doze apóstolos e sobre a igreja antiga. Esta obra também acrescenta, misteriosamente, que Tiago teria deixado Jerusalém e fugido para Pella antes do cerco romano na cidade em 70 d.C. Ben Witherington sugere que o que se pretende com essa afirmação é que os ossos de Tiago teriam sido levados da cidade por cristãos em fuga.
O Apócrifo de Tiago, cuja única cópia também foi encontrada em Nag Hammadi, e que parece ter sido escrita no Egito no século III d.C., reconta uma aparição pós-ressurreição de Cristo a Tiago e Pedro. No diálogo, Pedro fala duas vezes (3:12; 9:1), mas não compreende Jesus. Apenas Tiago é citado nominalmente (6:20) e Tiago é a figura dominante.
O Proto-Evangelho de Tiago, uma obra do século II d.C., também se apresenta como escrita por Tiago - um sinal de que assim sendo, ela teria autoridade - e também o fazem diversas obras encontradas na Biblioteca de Nag Hammadi.

g. Fontes do Novo Testamento
As mais antigas fontes no Novo Testamento sobre Tiago e quem chegaram até nossos dias foram as Epístolas paulinas, que são datadas na sexta década da era cristã, descrevendo eventos que ocorreram, grosso modo, entre 35 e 55 d.C. Os Atos dos Apóstolos, escritos entre 70 e 100 d.C., descrevem o mesmo período. Os Evangelhos, com uma data em disputa entre 70 e 110 d.C., descreve o período do ministério de Jesus, por volta do ano 30 d.C. Nestas fontes, há mais de uma pessoa chamada Tiago e diferentes títulos são utilizados para distingui-las:

1. Tiago, o irmão de Jesus
Se Tiago, o Justo, deve ser identificado como Tiago, o irmão de Jesus, então as Epístolas paulinas e os Evangelhos de Mateus e Marcos são as fontes primárias.

2. Epístolas
Paulo cita ter encontrado brevemente "Tiago, o irmão do Senhor" em Gálatas 1:18-20.
A segunda vez que Paulo escreve sobre ter encontrado Tiago foi anos depois, durante uma disputa sobre a aceitação dos gentios na Igreja antiga - possivelmente o mesmo incidente citado nos Atos dos Apóstolos no Concílio de Jerusalém. É notável como Paulo cita Tiago antes de Pedro (Cefas) em Gálatas 2:9-10.
A terceira menção de Tiago em Gálatas está dentro do chamado "incidente em Antioquia". De acordo com Paulo, Pedro não só temia Tiago como já tinha se curvado à sua vontade, conforme: “E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão” (Gl 2:11-12).
Um Tiago é mencionado na Primeira Epístola aos Coríntios de Paulo, como um dos que encontraram Jesus após a ressurreição. Notável é como Paulo cita apenas Pedro e Tiago entre os discípulos e outros que viram Jesus, I Coríntios 15:3-7. Isto em geral é uma indicação de que este Tiago é o mesmo Tiago irmão caçula de Jesus. Baseado nesta identificação, Paulo também pode estar se referindo ao Tiago que aparece anteriormente em sua epístola, em I Coríntios 9:5.

3. Atos
Há um Tiago mencionado nos Atos, que a Enciclopédia Católica identifica com Tiago, irmão de Jesus, em Atos 12:17 (E acenando-lhes ele com a mão para que se calassem, contou-lhes como o Senhor o tirara da prisão, e disse: Anunciai isto a Tiago e aos irmãos. E, saindo, partiu para outro lugar).
Tiago também é uma autoridade na igreja antiga no Concílio de Jerusalém, como pode ser visto em Atos 15:13-21, onde ele cita Amós 9:11-12.
Depois desta, há apenas mais uma menção a Tiago nos Atos, encontrando-se com Paulo logo antes de sua prisão (Atos 21:17-18).

4. Evangelhos
Os Evangelhos de Marcos e de Mateus também mencionam Tiago como sendo irmão de Jesus, em Mateus 13:55-56 e em Marcos 6:3, os nomes dos quatro "irmãos" de Jesus estão listados, com Tiago aparecendo primeiro (Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele).
Ao contrário dos evangelhos sinóticos, o Evangelho segundo João nunca menciona ninguém chamado Tiago. Porém, ele lista os "irmãos de Jesus", sem nomeá-los, como parte de seu grupo: “Depois disto desceu a Cafarnaum, ele, e sua mãe, e seus irmãos, e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias” (João 2:12) e também em João 7:3-10.

5. Pedro, João e Tiago
Os Evangelhos sinóticos, de maneira similar à epístola de Paulo aos Gálatas, reconhecem um grupo central de três discípulos tendo os mesmos nomes que foram dados por Paulo. Porém, os Evangelhos sempre listam Pedro primeiro e deixam a exata identidade de Tiago indecisa.

6. Em Lucas:
“Tendo chegado a casa, não permitiu que ninguém entrasse com ele, senão Pedro, João, Tiago e o pai e a mãe da menina” (Lucas 8:51).
“Cerca de oito dias depois de haver assim falado, levou consigo a Pedro, a João e a Tiago e subiu ao monte para orar” (Lucas 9:28).

7. Em Marcos:
“Não permitiu que ninguém o acompanhasse, senão Pedro, Tiago e João, irmão de TiagoMarcos 5:37).
“Seis dias depois tomou Jesus consigo a Pedro, a Tiago e a João, e levou-os à parte sós a um alto monte...” (Marcos 9:2).

8. Em Mateus:
“Seis dias depois tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmãos, Tiago e João, e levou-os a sós a um alto monte” (Mateus 17:1).
Note como Tiago é sempre mencionado em segundo por Marcos, mas como último dos três por Lucas. Note também, que o Evangelho de Mateus define o Tiago aqui como sendo o Tiago irmão de João, presumivelmente um Tiago diferente.

9. Dois discípulos chamados Tiago
Na lista dos discípulos encontrada nos Evangelhos, dois discípulos chamados Tiago são mencionados na lista dos doze apóstolos. Em Mateus 10:2-4 temos “Tiago e João, filhos de Zebedeu;" e "Tiago, filho de Alfeu". Tiago, filho de Zebedeu é também conhecido como Tiago Maior e claramente não se confunde com Tiago, o Justo. Já Tiago, filho de Alfeu é geralmente identificado como sendo Tiago Menor. Em Atos 1:13, aparece apenas "Tiago" e "Tiago, filho de Alfeu".

10. Tiago, filho de Maria
Uma Maria é também mencionada depois como sendo a mãe de Tiago, tanto no Evangelho de Marcos quanto no de Mateus. A interpretação católica geralmente defende que este Tiago deve ser identificado como sendo Tiago, filho de Alfeu, e com Tiago, irmão de Jesus, como sendo todos a mesma pessoa. Maria aparece em: “E também ali estavam algumas mulheres, olhando de longe, entre as quais também Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé” (Marcos 15:40), também em: “E, passado o sábado, Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo” (Marcos 16:1) e por fim, em: “Entre as quais estavam Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu” (Mateus 27:56).

18 – Apóstolo ESTEVÃO ou Santo Estevão o Mártir
Santo Estêvão é o primeiro mártir do Cristianismo, sendo considerado santo por algumas das denominações cristãs (católica, ortodoxa e a anglicana). É celebrado em 26 de Dezembro no Ocidente e em 27 de Dezembro no Oriente por tais denominações. Ele também está listado entre os Setenta Discípulos.
Segundo os Atos dos Apóstolos, Estêvão foi um dos sete primeiros diáconos da igreja nascente, logo após a morte e ressurreição de Jesus, pregando os ensinamentos de Cristo e convertendo tanto judeus como gentios, conforme a seguinte passagem: “E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia” (Atos 6:5). Segundo Étienne Trocmé, Estevão pertencia a um grupo de cristãos que pregavam uma mensagem mais radical, um grupo que ficou conhecido como os helenistas, já que os seus membros tinham nomes gregos e eram educados na cultura grega e que separou do grupo dos doze apóstolos. Também eram conhecidos como o grupo dos 7. Foi detido pelas autoridades judaicas, levado diante do Sinédrio (a suprema assembléia de Jerusalém), onde foi condenado por blasfêmia, sendo sentenciado a ser apedrejado: “E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria, exceto os apóstolos. E uns homens piedosos foram enterrar Estevão, e fizeram sobre ele grande pranto” (Atos 8:1-2). Entre os presentes na execução, estaria Paulo de Tarso, o futuro São Paulo, ainda durante os seus dias de perseguidor de cristãos.
O seu nome vem do grego Στέφανος (Stephanós), o qual se traduz para aramaico como Kelil, significando coroa - e Santo Estevão é, de resto, representado com a coroa de martírio da cristandade, recordando assim o fato de se tratar do primeiro cristão a morrer pela sua fé - o protomártir.
Durante os primeiros séculos do cristianismo, o túmulo de Estevão achou-se perdido, até que em 415 (talvez pela crescente pressão dos peregrinos que se deslocavam à Terra Santa), um certo padre, de nome Luciano, teria dito ter tido uma revelação onírica de onde se encontrava a tumba do mártir, algures na povoação de Caphar Gamala, a alguns quilômetros a Norte de Jerusalém.
Gregório de Tours afirmou mais tarde que foi por intercessão de Santo Estevão, que um oratório a ele dedicado, na cidade de Metz, onde se guardavam relíquias do santo, foi o único local da cidade que escapou ao incêndio que os Hunos lhe deitaram, no dia de Páscoa de 451.
O culto de Santo Estevão encontra-se associado à festa dos rapazes nas aldeias de Trás-os-Montes, integradas no ciclo de festividades do Solstício do Inverno, no período que decorre do dia 24 de Dezembro ao dia 6 de Janeiro, e que no passado pagão terão sido dedicadas ao culto do Sol, num ritual em que intervêm os caretos, as máscaras tradicionais do extremo nordeste de Portugal.

19 – Apóstolo BARNABÉ ou Barnabé da Bíblia
Barnabé (Chipre, século I d.C.Salamina, c. 61 d.C.) foi um dos primeiros cristãos mencionados no Novo Testamento. Seus pais, judeus helênicos lhe deram o nome de José (em grego bizantino Ισης), mas quando ele vendeu todos os seus bens e deu o dinheiro aos apóstolos em Jerusalém, eles lhe deram um novo nome, Barnabé, que parece originar-se do aramaica בר נביא, que significa (o filho do) profeta. No entanto, o texto grego do Atos dos Apóstolos 4:36 explica o nome como υός παρακλήσεως, hyios paraklēseōs, que significa "filho da exortação / consolação".
Em Atos 14:14, ele está listado à frente de Paulo, "Barnabé e Paulo", e ambos são chamados πόστολοι, translit.  apostoloi, apóstolos ". Se Barnabé foi um apóstolo ou não tornou-se uma questão política importante, que foi debatida na Idade Média. Ele está listado entre os Setenta Discípulos.
É considerado como santo e apóstolo, tanto pela Igreja Católica como pelas Igrejas Ortodoxas, sendo liturgicamente comemorado em 11 de Junho.

a. Biografia
Barnabé é um dos primeiros profetas e professores da igreja em Antioquia: “E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo” (Atos 13:1). Lucas fala dele como um "bom homem" (Atos 11:24). Ele nasceu de pais judeus, da tribo de Levi. Sua tia era mãe de João Marcos (Colossenses 4:10), amplamente reconhecido como o autor do Evangelho de Marcos.
Barnabé era natural de Chipre, onde possuía terras: “Então José, cognominado pelos apóstolos, Barnabé (que, traduzido, é Filho da consolação), levita, natural de Chipre, Possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos” (Atos 4:36), que vendeu, doando o dinheiro para a igreja em Jerusalém. Quando Paulo regressou a Jerusalém, depois de sua conversão, Barnabé o levou até os apóstolos: “Então Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor e lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus” (Atos 9:27). É possível que eles tenham estudado juntos na escola de Gamaliel.
A prosperidade da igreja em Antioquia levou os apóstolos e irmãos em Jerusalém a enviar Barnabé para lá a fim de supervisioná-la. Ele achou o trabalho tão extenso e pesado que foi para Tarso em busca de Paulo para ajudá-lo. Paulo retornou com ele para Antioquia e trabalhou com ele durante um ano inteiro (Atos 11:25-26). No final deste período, os dois foram enviados até Jerusalém (A.D. 44) com as contribuições que a igreja de Antioquia havia feito para os membros mais pobres da igreja de Jerusalém (Atos 11:28-30).
Pouco tempo depois eles voltaram, trazendo João Marcos com eles, e foram designados como missionários para a Ásia Menor. Visitaram Chipre e algumas das principais cidades da Panfília, Pisídia, e Licaônia (Atos 13:14). Depois da sua conversão, Paulo de Tarso começa a ganhar destaque. A partir daí, ao invés de "Barnabé e Paulo", como até então (11:30; 12:25; 13:2, 7), agora se lê "Paulo e Barnabé" (13:43, 46,50; 14:20; 15:2, 22,35). Só em Atos 14:14 e Atos 15:12-25. Barnabé ocupa novamente o primeiro lugar, porque tinha uma estreita relação com a igreja de Jerusalém. Paulo aparece numa pregação missionária (13:16; 14:8-9, 19-20), quando os moradores de Lídia o consideraram como Hermes, e Barnabé como Zeus (14:12).
Voltando dessa primeira viagem missionária a Antioquia, eles foram novamente enviados a Jerusalém para consultar com a igreja de lá quanto à relação dos gentios com a igreja (Atos 15:2; Gálatas 2:1). Segundo Gl. 2:9-10, foi feito um acordo entre eles e os apóstolos João e Pedro, ficando decidido que Paulo e Barnabé iriam, no futuro, pregar aos pagãos, não esquecendo os pobres de Jerusalém. Depois de a questão ter sido resolvida, voltaram para Antioquia, levando o acordo do que ficaria conhecido Concílio de Jerusalém, segundo o qual gentios poderiam ser admitidos na igreja.
Tendo retornado para Antioquia e passado algum tempo lá (15:35), Paulo pediu a Barnabé para acompanhá-lo em outra viagem (15:36). Barnabé quis levar João Marcos novamente, mas Paulo não concordou (15:37-38). A disputa terminou com Paulo e Barnabé tomando rotas distintas. Paulo tomou Silas como seu companheiro, e ambos percorreram a Síria e a Cilícia; Barnabé, com seu primo mais novo João Marcos, foi para Chipre (15:36-41).
Barnabé não é mencionado novamente por Lucas em Atos. No entanto, sabe-se que ele continuou a trabalhar como missionário (I Coríntios 9:6).
Quando Barnabé foi à Síria e a Salamina pregando o evangelho, alguns judeus, tendo-se irritado com o seu extraordinário sucesso, caíram sobre ele quando estava pregando na sinagoga, arrastaram-no para fora e apedrejaram-no até a morte. Seu primo, João Marcos enterrou seu corpo em uma caverna, onde permaneceu até a época do imperador Zenão I, em 485 d.C. Seus restos mortais foram encontrados em 488. Seu túmulo se encontra no mosteiro construído em seu nome, em Salamina (Chipre).

b. Barnabé é venerado como o santo padroeiro de Chipre.
Supostos escritos. Tertuliano e outros escritores ocidentais atribuem a Barnabé a autoria da epístola aos Hebreus. Isto pode ser devido ao fato de que, segundo a tradição romana, este teria sido um dos primeiros livros a serem escritos.
De acordo com Photius (Quaest. Em Amphil., 123), Barnabé escreveu os Atos dos Apóstolos. O consenso atual atribui o livro a Lucas.
Barnabé também é tradicionalmente associado à chamada Epístola de Barnabé, embora estudiosos modernos achem mais provável que a epístola tenha sido escrita posteriormente em Alexandria, no ano de 130 d.C.
Um livro chamado Evangelho de Barnabé" está listado em dois catálogos de textos apócrifos. Outro livro com esse mesmo título, Evangelho de Barnabé, sobrevive em dois manuscritos pós-medievais, escritos em italiano e espanhol. Embora o livro seja atribuído a Barnabé, um exame do texto sugere que tenha sido escrito por um italiano do século XIV. Há uma série de indícios que sugerem ser este o Evangelho de Barnabé citado anteriormente. Contrariando os Evangelhos, e em conformidade com o ponto de vista islâmico sobre Jesus, este Evangelho de Barnabé afirma que Jesus não era o filho de Deus, mas um profeta, e chama Paulo de "Enganador." O livro também diz que Jesus ascendeu vivo ao céu, sem ter sido crucificado, e que Judas Iscariotes teria sido crucificado em seu lugar.

REFERÊNCIAS
·         Livro Heróis da Fé – Orlando Boyer
·         Ministério CACP - http://www.cacp.org.br/catolicismo/
  • http://pt.wikipedia.org/
  • Bíblia On-Line
  • http://www.bibliaweb.com.br/
  • Bíblia de Estudos Aplicação Pessoal – Editora Almeida
  • Bíblia Sagrada – Almeida Editora
  • Bíblia Plenitude – Editora Almeida
  • Bíblia Sagrada Católica – Editora Paulus
  • http://folhaassembleiana.blogspot.com/
  • http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/RolApost.html
  • http://www.npdbrasil.com.br/religiao/os_doze_apostolos.htm
  • http://www.e-biografias.net/especial/apostolos/jesus_cristo.php
  • Edwin B. Williams (1975) Do Latim ao Português: Fonologia e morfologia históricas da língua portuguesa. 3a edição. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.
  • Emidio de Felice (1982) I nomi degli italiani. Roma: Sarin-Marsilio Editori.
  • Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (1986) Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2a. edição revista e ampliada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira
  • 01 – Apóstolo PEDRO – São Pedro
  • 02 - Apóstolo ANDRÉ - Santo André
  • 03 - Apóstolo TOMÉ – São Tomé
  • 04 - Apóstolo FILIPE ou São Filipe
  • 05 - Apóstolo MATEUS ou São Mateus Evangelista
  • 06 - Apóstolo BARTOLOMEU ou São Bartolomeu
  • 07 - Apóstolo MARCOS ou São Marcos
  • 08 - Apóstolo TIAGO ou Santiago Maior
  • 09 - Apóstolo TIAGO ou Santiago Menor
  • 10 - Apóstolo SIMÃO ou Simão, o Zelote
  • 11 - Apóstolo JUDAS TADEUS ou São Judas Tadeu
  • 12 - Apóstolo JOÃO ou São João Evangelista
  • 13 – Apóstolo JUDAS ISCARIOTES 
  • 14 – Apóstolo Matias (Bíblia)
  • 15 – Apóstolo PAULO ou Paulo de Tarso
  • 16 – Apóstolo LUCAS ou São Lucas
  • 17 – Apóstolo TIAGO, o Justo
  • 18 – Apóstolo ESTEVÃO ou Santo Estevão o Mártir
  • 19 – Apóstolo BARNABÉ ou Barnabé da Bíblia.
Pastor João Amilton de Anunciação,
Assembléia de Deus Ministério de Madureira,
Julho/2011.